Os ministros britânicos das Finanças e da Saúde renunciaram nessa terça-feira (5), o que pareceu ser um golpe final para a liderança do primeiro-ministro Boris Johnson, após ele tentar se desculpar pelo último escândalo que estremeceu seu governo.
Tanto o ministro das Finanças, Rishi Sunak, quanto o ministro da Saúde, Sajid Javid, renunciaram em cartas enviadas ao primeiro-ministro, nas quais mencionaram a dificuldade de Johnson de comandar um governo que se atenha a padrões.
As renúncias ocorreram enquanto Johnson pedia desculpas pelo que classificou como erro ao não perceber que um ex-ministro, encarregado de cuidados pastorais, era inadequado para o cargo no governo, após queixas de má conduta sexual serem registradas contra ele.
Ambos haviam apoiado publicamente Johnson durante meses de escândalo por causa da conduta de seu governo e da publicação de um relatório condenatório sobre festas no escritório e residência de Downing Street, que violaram as regras de lockdown contra a covid-19.
Sunak, que havia supostamente se desentendido com o primeiro-ministro, em particular por causa de uma questão orçamentária, disse: “Para mim, a decisão de renunciar enquanto o mundo sofre as consequências econômicas da pandemia, da guerra na Ucrânia e outros desafios sérios, é uma decisão que não encaro com leveza”.
“Entretanto, o público espera com direito que o governo seja conduzido de maneira apropriada, com competência e seriedade. Eu reconheço que esse pode ser meu último emprego em nível ministerial, mas acredito que vale a pena lutar por essas normas, e é por isso que renuncio”.
Javid afirmou que muitos parlamentares e o público perderam a confiança na habilidade de Johnson de governar em nome do interesse nacional.
“Eu lamento dizer, no entanto, que é claro para mim que essa situação não irá mudar sob sua liderança – e por isso você perdeu a minha confiança também”, disse Javid na carta a Johnson.
O premiê nomeou, nessa terça, Nadhim Zahawi como ministro das Finanças no lugar de Sunak. Zahawi era anteriormente secretário de Educação.
Fonte: Agência Brasil