O presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, manifestou neste domingo seu apoio à coalizão de governo e descartou convocar eleições imediatas, dando fim a semanas de incertezas políticas que ameaçaram o programa de resgate de 78 bilhões de euros (US$ 102,5 bilhões) de Portugal.
Silva foi forçado a escolher entre manter o atual governo e convocar novas eleições após os três principais partidos do país não concordarem com o pacto proposto pelo presidente que visava a estabilidade política de longo prazo.
“Já que o pacto não foi alcançado, acredito que a melhor alternativa é que o atual governo permaneça no poder até o fim do seu mandato”, disse Silva, em um discurso televisionado.
A princípio, Silva deve fornecer alívio aos investidores por não ter convocado novas eleições, mas a crise política de Portugal destacou a fragilidade dos governos que impõem medidas severas de austeridade. Analistas políticos afirmam que não há garantias de que o enfraquecido primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, sobreviva até o fim de seu mandato, em 2015, principalmente com um plano orçamentário para o ano que vem que inclui 4,7 bilhões de euros em cortes de gastos.
A incerteza, que elevou o custo da dívida portuguesa nas últimas semanas, pode atingir ainda mais a confiança do mercado. Se Portugal não puder depender dos investidores para comprarem sua dívida quando o seu resgate terminar em junho de 2014, o país precisará de mais dinheiro dos credores internacionais.