A procuradoria da Câmara Legislativa doDistrito Federal deu parecer favorável ao prosseguimento do processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado distrital Benedito Domingos (PP).
O deputado é réu em uma ação penal, suspeito de favorecer empresas de parentes em processos de contratações de decoração natalina do governo em 2008.
O documento da procuradoria diz que os dois processos contra o deputado podem ter continuidade porque ele foi julgado por um grupo de juizes, condição que havia sido imposta pelos distritais para seguir com a investigação.
Em outubro, o deputado Benedito Domingos foi condenado pelo Conselho Especial do TJ por corrupção passiva, formação de quadrilha e fraude em licitação.
Advogados do deputado dizem que ele é inocente e que não teve qualquer influência nos contratos. Eles afirmam que estão analisando a condenação para entrar com recurso.
O parecer da procuradoria foi emitido depois de solicitação do presidente da Comissão de Ética, Dr. Michel (PP), na última quarta-feira (13). O pedido foi feito para que a comissão possa definir o encaminhamento a ser adotado.
“A comissão deveria ter decidido à época pelo arquivamento ou abertura do processo. Agora estou com o abacaxi nas mãos e por isso solicitei o parecer,” explicou o deputado.
Michel disse que vai agir e não vai se afastar da comissão. Na semana passada, ele havia dito que, caso o parecer fosse pela abertura do processo, iria se declarar impedido por questões de “foro íntimo”. A justificativa foi dada porque Benedito Domingos é presidente do sua atual legenda.
“Não vai pesar o fato de ser do mesmo partido ou não. Eu vou fazer conforme a ética e o decoro mandam. Até porque, se for diferente, quem quebra o decoro sou eu.”
No último dia 8, o pedido de processo de cassação por quebra de decoro parlamentar foi entregue à Comissão de Ética.
O processo havia sido paralisado pela Mesa Diretora da Câmara em agosto. A ação foi interrompida porque o distrital conseguiu na Justiça a suspensão da decisão em primeira instância, que o condenou por improbidade administrativa.
Com o efeito suspensivo, a Mesa Diretora teve de aguardar a decisão do Conselho Especial de Justiça, que ocorreu em 15 de outubro, para enviar o caso à Corregedoria.