Segundo a tese, apresentada durante o congresso do partido, o PT “deveria exigir a liberdade” aos ex-ministros e ao ex-tesoureiro.
O Partido dos Trabalhadores de São Paulo decidiu, durante a realização do congresso estadual, tratar como “presos políticos” os ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu e o ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto. De acordo com o texto proposto pela chapa Unidade pela Reconstrução do PT, o partido “deveria exigir a liberdade para os seus presos políticos, Zé Dirceu, Vaccari, e Palocci”.
A tese, que propõe que o partido exija a liberdade para os petista, foi aprovada por unanimidade pelos 999 delegados estaduais do PT, segundo informações da edição desta segunda-feira do jornal Folha de S. Paulo.
O texto também destaca a atuação “autoritária” do Judiciário. “O judiciário extrapola suas prerrogativas, manipula o povo junto com a mídia, cria crises institucionais para atingir seus fins, funcionais aos planos da classe dominante. E não hesita em chantagear para disciplinar os mais diversos setores, se considerar que assim intimida as organizações populares e de trabalhadores”, diz.
Segundo o partido, as prisões em primeira instância dos dirigentes do PT envolvidos na Operação Lava Jato configuram um “‘regime de exceção’ que vai se instalando no país, com graves ameaças ao companheiro Lula”. O ex-presidente vai depor nesta quarta-feira, às 14 horas, na Justiça Federal de Curitiba, no Paraná, na ação penal do tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo e do sítio em Atibaia, no interior da capital.
“Seria um grave erro fazer o jogo do juiz (Sergio) Moro, e contornar o problema, buscando uma “comissão especial”, com “tribunal de honra”, para punir alguns petistas “culpados” por indicação de delatores manipulados por juízes, procuradores e policiais, quando os presos não tem sabidamente liberdade para se defender”, finaliza o texto.
A moção também será submetida ao congresso nacional do PT, programado para acontecer nos dias 1 e 2 de junho.