O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu nesta terça-feira (24) à Câmara Alta do Parlamento russo que revogue o direito que tinha concedido às forças russas de intervir militarmente na Ucrânia, em defesa aos russos que vivem na região, informaram as agências de notícias locais citando o porta-voz do presidente.
“O chefe de Estado apresentou ao Conselho da Federação uma proposta para revogar a resolução sobre o uso das forças armadas da Rússia no território da Ucrânia”, disse Dmitry Peskov, citado pela agência Interfax. “O objetivo desta decisão é normalizar a situação na Ucrânia”, disse.
O Conselho da Federação informou que irá revogar a resolução, segundo a Interfax, que citou o chefe do comitê de assuntos internacionais da Câmara, Andrei Klimov.
A solicitação de Putin coincide com a trégua estipulada no final da noite desta segunda-feira (24) entre as autoridades ucranianas e os rebeldes pró-russos, assim como com a advertência da União Europeia sobre novas sanções (econômicas), caso Moscou não contribuísse com o plano de paz para as regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk.
A trégua, estipulada até às 10h locais de sexta-feira (27), foi alcançada nas primeiras conversas entre representantes de Kiev e os líderes da sublevação pró-russa desde que explodiram os confrontos armados há quase dois meses.
A permissão para o envio das tropas foi aprovado uma semana depois da derrocada do presidente ucraniano Viktor Yanukovich e às vésperas da anexação da península da Crimeia pela Rússia
Nesta segunda, em conversa por telefone, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu que Putin apoie a paz naUcrânia e o alertou sobre mais sanções caso a Rússia não tome atitudes para reduzir as tensões com o país vizinho.
“Eles discutiram a implementação do plano de paz proposto pelo presidente Petro Poroshenko”, afirmou o Kremlin. “Putin sublinhou que deve ser dada prioridade para travar as operações militares (no leste da Ucrânia) e para o início das negociações diretas entre os lados opostos”.
“O presidente falou com Putin mais uma vez e pediu a ele que apoie a paz em vez de permitir o fornecimento de armas e materiais pela fronteira e continuar a apoiar militantes e separatistas que estão desestabilizando a situação na Ucrânia”, disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, a jornalistas.
“A Rússia sofrerá sanções adicionais se não virmos ações concretas para desescalar a situação (na Ucrânia)”, falou sobre a mensagem de Obama para Putin.