O presidente russo, Vladimir Putin, subiu o tom e fez novas ameaças contra a comunidade internacional nesta quarta-feira (27/4). O líder do Kremlin afirmou que qualquer país que tentar interferir na Ucrânia enfrentará uma “resposta rápida como raio” da Rússia.
Putin declarou que todas as opções de reação em caso de interferência já estão desenhadas pela inteligência russa.
“Se alguém pretende intervir nos eventos em andamento (na Ucrânia) de fora e criar ameaças estratégicas inaceitáveis para nós, eles devem saber que nossa resposta a esses ataques será rápida, rápida como um raio”, frisou.
Em discurso a parlamentares da cidade de São Petersburgo, Putin afirmou que o Ocidente queria cortar a Rússia em pedaços.
“Os inimigos de nosso país aceleraram a criação de uma nova arma geopolítica”, disparou.
Segundo agências internacionais de notícias, Putin garantiu que o rublo, o sistema bancário, o setor de transporte e a economia da Rússia estão bem.
Boicote ao gás
O governo russo aumentou a pressão contra a União Europeia e alertou que irá suspender o fornecimento de gás natural a todos os países que não efetuarem o pagamento dos contratos em rublos, moeda russa.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou nesta quarta-feira que o decreto do presidente Vladimir Putin será aplicado a todas as nações.
“Quando os prazos de pagamento se aproximarem, se alguns consumidores se recusarem a pagar sob o novo sistema, então o decreto do presidente será aplicado”, frisou. Em março, Putin assinou decreto que obriga os países considerados “hostis” a ter contas em bancos russos e pagar os contratos em rublos.
Peskov garantiu que a Rússia foi e “continua sendo um fornecedor confiável” de recursos energéticos para seus consumidores e segue comprometida com as obrigações contratuais.
Nesta quarta-feira, a Rússia já interrompeu o fornecimento de gás para a Polônia e a Bulgária, as primeiras nações a sofrerem a sanção.
Guerra
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), entidade militar liderada pelos Estados Unidos.
Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, a Rússia invadiu o país liderado por Zelensky, em 24 de fevereiro.
A guerra completa, nesta quarta-feira, 63 dias. A mais recente conquista das tropas russas foi o controle da cidade portuária de Mariupol.
A tensão no Leste Europeu voltou a subir, depois de ataques ucranianos contra o território russo.
A escalada da violência também é influenciada pelo naufrágio do navio militar Moskva, maior embarcação de guerra russa no Mar Morto. A Ucrânia reivindicou o ataque.
Além disso, ataques recentes contra a Moldávia estão assustando líderes globais, que temem que o conflito saia de controle.
Fonte: Metrópoles