O Comitê de Arbitragem da Fifa anunciou nesta quinta-feira (19) a lista de árbitros selecionados para apitar os jogos da Copa do Mundo do Catar. Entre os 36 nomes divulgados estão os brasileiros Raphael Claus e Wilton Pereira Sampaio. Além deles, outros cinco auxiliares do Brasil também estarão no Catar, entre eles Neuza Back, a única mulher representando o país no Mundial.
Além de Neuza Back, os auxiliares brasileiros escolhidos foram Bruno Boschilia, Rodrigo Figueiredo, Danilo Simon e Bruno Pires. Segundo a Fifa, os 36 árbitros, 69 auxiliares e 24 nomes selecionados para comandar o VAR (árbitro de vídeo) foram escolhidos em colaboração com as seis confederações (Conmebol, Uefa, Concacaf, CAF, AFC e OFC).
O critério usado na seleção levou em conta a qualidade dos profissionais, além da perfomance em torneios da Fifa, assim como o trabalho desempenhado em competições nacionais e internacionais nos últimos anos.
“Como sempre, o principal critério que utilizamos foi a qualidade, e os árbitros selecionados representam o mais alto nível da arbitragem mundial”, afirma Pierluigi Collina, histórico árbitro da década de 1990 e 2000 e presidente do Comitê de Arbitragem da Fifa. “A Copa de 2018 foi um sucesso muito por conta do alto padrão dos árbitros, e nós vamos nos esforçar ao máximo para que esse nível seja ainda melhor no Catar”, emenda.
O processo de seleção começou um ano depois do Mundial da Rússia, em 2019, com mais de 50 trios de arbitragem sendo observados como possíveis candidatos e passando por uma preparação intensa. A pandemia do novo coronavírus, no entanto, atrasou o planejamento da Fifa, mas a entidade assegura que toda a preparação pensando na Copa será feita com os profissionais escolhidos.
A arbitragem da Copa do Catar já será histórica por conta da decisão de Fifa de escalar mulheres para apitar alguns jogos. Serão três árbitras — a francesa Stéphanie Frappart, a ruandesa Salima Mukansanga e a japonesa Yoshimi Yamashita — e três assistentes, entre elas Neuza. As demais são a mexicana Karen Díaz Medina e a americana Kathryn Nesbitt.
“Escalamos árbitras mulheres pela primeira vez na história das Copas do Mundo. Isso conclui um longo processo que começou há alguns anos com o desenvolvimento de árbitras mulheres em torneios juvenis e de adultos da Fifa. Enfatizamos que é a qualidade que conta para nós, e não o gênero”, afirmou Collina.
“Espero que, no futuro, a seleção de árbitras mulheres da elite para torneios masculinos importantes seja percebido como algo normal, e não mais como algo sensacional. Elas merecem estar na Copa porque apresentaram performance em alto nível de forma constante e isso é um fator importante para nós”, complementou o responsável pela arbitragem na Fifa.
Minimizar erros
Os árbitros selecionados participarão no meio do ano de diversos seminários (em Assunção, Madrid e Doha), para revisar e analisar vídeos de situações reais de jogo, e estarão presentes em sessões práticas de treinamento juntamente com jogadores, o que será fundamental para os participantes receberem feedbacks instantâneos dos instrutores.
“O foco principal da preparação é proteger os jogadores e o espetáculo, além de desenvolver consistência, uniformidade, leitura de jogo de uma perspectiva técnica e tática. Não podemos eliminar todos os erros, mas faremos de tudo para reduzi-los ao máximo”, completa o diretor de arbitragem.
O Brasil está no grupo G da Copa do Mundo do Catar 2022, ao lado de Sérvia, Suíça e Camarões. A seleção pentacampeã fará sua estreia no Mundial no dia 24 de novembro, último dia dos primeiros jogos da fase de grupos, contra a seleção sérvia, que estava no mesmo grupo da seleção brasileira no Mundial da Rússia, em 2018.
Fonte: R7