O casal mais querido do rap nacional, Froid e Cynthia Luz, lançou neste mês o primeiro álbum em conjunto. Com sete músicas, o disco Sol foi feito como base de um modelo musical consolidado para shows da dupla. “Nós temos um milhão de projetos juntos, mas nunca tivemos um trabalho oficial com início, meio e fim. Foi a primeira vez que nos juntamos no estúdio, gravamos, mixamos e masterizamos tudo. Queríamos ter material para apresentar ao público, queríamos fazer uma turnê juntos, mas que tivesse um conceito”, explica Froid em entrevista ao Correio.
Partindo para o lado filosófico da criação das músicas, o rapper conta que em Sol, tanto ele quanto Cynthia, revelam suas identidades dentro da música, quais os objetivos de cada um e onde querem chegar. “Esclarecemos qualquer dúvida que as pessoas poderiam ter sobre nossos pensamentos, desde nosso relacionamento pessoal, até nossa ideologia dentro do rap. Tentamos usar o mínimo possível dos elementos do trap, para explorar mais a música em geral”.
As faixas do disco apresentam ritmos diferentes do rap habitual dos cantores, no álbum há flertes com reggaeton, funk e lambada, tendo ainda a parceria com um dos grandes nomes da MPB, Zeca Baleiro. “Tem essa variedade para que as pessoas possam escutar por mais tempo as músicas sem enjoar”.
“A rotina de produção foi muito estressante e corrida, justamente porque temos uma agenda cheia. Então é difícil nos reunirmos por mais de três dias, por causa da nossa rotina”, relata. Froid e Cynthia começaram o projeto uma semana depois do cantor lançar o álbum Teoria do ciclo da água, em outubro de 2018, nesse meio tempo ele ainda soltou a mixtape O homem não para nunca, com parceria de Santzu, em maio. Já a cantora divulgou seu trabalho Efeito Borboleta, em fevereiro.
Segundo Froid, aliar namoro e trabalho foi um desafio, devido ao foco que o rapper tem para elaborar músicas. “O fato dela ser minha namorada atrapalhou muito, porque sou muito grosso e objetivo. Sempre que me junto com outro artista eu tenho dificuldades para me relacionar sem brigar, eu fico sem dormir, sem comer. Mas também foi bom, porque a gente mora no mesmo lugar do estúdio, então dava para alinhar melhor as coisas”.
Trajetória
Froid surgiu na cena do rap nas batalhas de rima do Distrito Federal, depois fez parte do grupo Um Barril de Rap. Há dois anos iniciou carreira solo e lançou quatro álbuns, são eles: O pior disco do ano, Teoria do ciclo da água, O homem não para nunca e Sol. Atualmente, o cantor tem nova avaliação sobre a carreira: “Agora tenho reconhecimento financeiro, social, credibilidade artística, mas é um tédio, porque a busca para se tornar grande é mais interessante do que se manter como grande”, completa.