O reator da Usina Nuclear Angra 1 já foi reativado e pode voltar a gerar energia elétrica, informou o assessor técnico da Diretoria de Operações da usina Luiz Roberto Cordilha Porto. A potência máxima da usina, no entanto, só deve ser atingida no fim de semana, devido à necessidade de testar o reator em diferentes níveis.”Vamos fazer uma retomada vagarosa e bem cuidadosa, repetindo testes em patamares de potência, de forma que possamos chegar aos 100% com tranquilidade. Acredito que até o fim de semana podemos terminar esses testes e chegar lá”, disse o assessor, depois da abertura do 4º Seminário Internacional de Energia Nuclear.Cordilha Porto explicou que o reator foi automaticamente desligado na semana passada por um defeito em um dos cartões eletrônicos do Sistema de Proteção do Reator, responsável por desativá-lo quando é detectado um problema na usina. O assessor afirmou que em nenhum momento houve risco, porque, apesar do defeito, o sistema de proteção reagiu da forma prevista, interrompendo o funcionamento do reator.
O problema começou a ser detectado no início da semana passada, quando houve o primeiro desligamento automático do reator. Depois de religada, a usina voltou a apresentar um defeito da mesma natureza dias depois. Após o segundo desligamento, a área técnica de Angra 1 se debruçou sobre o problema durante o fim de semana e o feriado estadual de ontem, quando o cartão eletrônico foi substituído.”Era um defeito difícil de descobrir porque era intermitente. A usina agora está nos procedimentos de aquecer, subir a carga e rolar a turbina para voltar ao sincronismo. Ainda hoje começaremos a subir a potência”, disse Cordilha Porto, que contou que uma falha semelhante ocorreu em 2005.
O assessor da presidência da Eletrobras Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, afirmou que a parte eletrônica da usina é antiga e sua modernização está no cronograma das ações para aumentar a vida útil de Angra 1. Recentemente, a usina teve o tampo do vaso do reator trocado, e, em 2009, foi feita a substituição do gerador de vapor.
“Isso se resolverá a médio prazo com a modernização da parte de instrumentação e controle. A área é a que mais evoluiu tecnologicamente. Em Angra 3, será totalmente digital, uma grande evolução em relação à Angra 2. Mesmo em Angra 1, as partes estão sendo modernizadas. Certas malhas de controle já foram digitalizadas”, explicou.