Pelos corredores do Shopping Popular de Ceilândia, carrinhos abarrotados de livros estimulam a leitura entre os feirantes.
Mas foi a mãe de Clara, Ana Maria Oliveira Lima, assistente social e feirante no espaço do Shopping Popular de Ceilândia, que lançou o desafio de criar o projeto: “Quando viemos do centro para cá, eu fui a primeira presidente dos feirantes. Vi a necessidade de alguma coisa para passar o tempo do pessoal que trabalha aqui, das crianças”, relembra Ana Maria. “Ocupamos então uma sala vaga e, pela manhã, os Roedores de Livros atuavam no espaço pela manhã, enquanto pela tarde os feirantes ganhavam rodas de leituras e outras atividades”, relembra Clara. Entretanto, a proposta, lançada em 2010, não se desenvolveu como deveria e a adesão não foi a esperada.
Foi assim, em 2012, que um dia as duas resolveram se arriscar e descer as escadas da feira. “Aquele foi, para mim, o dia que o Bibliorodas surgiu. Pegamos umas mochilas, colocamos livros variados e descemos”, detalha Edna. Segundo ela, ao chegar à praça, elas apenas ficaram paradas. “Caladas, emprestamos 10 livros. Percebemos que esse era o caminho. Logo depois, uma feirante nos ajudou a criar uma abordagem e tudo começou a funcionar”, diz Edna. Rapidamente, ela pensaram em usar os carrinhos, tão tradicionais nesse tipo de feira. Desde então, o Bibliorodas e os livros passaram a fazer parte do dia a dia dos feirantes. Em meio a roupas penduradas, lojas de brinquedos, artigos eletrônicos ou até lanchonetes, não é difícil se deparar com uma das voluntárias do projeto, vestidas com um avental de chita, oferecendo o acervo do projeto aos feirantes.