Brasília – Previsto para ser lido hoje (2), o relatório final da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga irregularidades nas decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) não foi entregue ao colegiado.
O relator da comissão, deputado João Carlos Bacelar (PR-BA), disse que vai procurar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para pedir mais prazo.
Bacelar voltou a afirmar que a CPI não ouviu empresários, porque sempre ocorria obstrução de alguns partidos.
“O relatório não está pronto e vou pedir mais prazo”, afirmou. Apesar da tentativa que fará perante Maia, Bacelar reduziu as chances de êxito no diálogo com o democrata, quando o acusou de participar de um acordo “para enterrar a CPI”.
“Se algum partido colocou como moeda de troca o fim da CPI para eleger Maia, não foi o PR. Se alguém fez isso, terá de vir aqui vestir a carapuça, porque vou pôr isso no parecer”, disse.
“Se tem algum partido que está blindando essa questão, vou colocar o partido no relatório. Não vai ser um partido que vai colocar essa investigação para debaixo do tapete”, acrescentou.
Antes de saber do constrangimento criado por Bacelar, o presidente da Casa afirmou que as chances de rever sua decisão sobre prazo é “zero”.
“Se quiser uma oitiva esta semana, vamos tentar ver se dá oportunidade. Um novo prazo não”, afirmou Rodrigo Maia ao chegar à Câmara na manhã desta terça-feira.
A CPI tinha aprovado a prorrogação dos trabalhos por 60 dias e a decisão foi aprovada por comissão especial e assinada pelo ex-presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), mas, ao assumir o comando da Casa, um dos primeiros atos de Maia foi limitar a prorrogação em apenas 26 dias corridos.
A expectativa era que lido, o texto foi discutido e votado. Como estava previsto um pedido de vista, a votação teria que ser concluída na próxima terça-feira (11).
Porém, com o ocorrido hoje, o presidente da comissão, deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), marcou para o dia 11 uma nova reunião, com o objetivo de entregar o parecer – data até então prevista para a votação do texto.
O parlamentar alertou o colegiado que, sem o texto, a CPI corre risco de terminar sem relatório aprovado. A intenção de Fernandes é que o texto seja votado no mesmo dia, sem pedido de vista.