O relatório de bilhetagem do DFTrans apontou que foram emitidos 3.389 cartões eletrônicos de vale-transporte a mais do que o número de voluntários para a abertura da Copa das Confederações, realizada em 15 de junho último.
Segundo o sistema do órgão do DF, foram fornecidos 6.189 bilhetes.Por e-mail, a Fifa informou que 2.800 pessoas foram cadastradas para o serviço para a primeira partida da competição.
Os voluntários que trabalharam na organização e na cerimônia de abertura da copa receberam do GDF vale-transporte, lanche e uniforme, segundo a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa).
De acordo com o sistema do DFTrans, os cartões eletrônicos de vale-transporte estavam carregados com créditos que variavam entre R$ 17 e R$ 132.
Por meio de nota, a Secopa informou que usou 1.025 bilhetes de vale-transporte e que os cartões foram utilizados também em dois eventos de treinamento. A pasta não soube informar a quantidade de voluntários que trabalharam na abertura da competição.
Outro indício de irregularidade, de acordo com o relatório, é que cartões de vale-transporte passaram diversas vezes pela mesma catraca eletrônica em espaços curtos de tempo. Em um caso, o bilhete foi passado 14 vezes em menos de um minuto. Em outro exemplo, o validador registrou o mesmo cartão 12 vezes em 22 segundos.
O mesmo relatório mostra que isso aconteceu com vários outros bilhetes. Em todos os casos, o motorista era o mesmo. Ele também era responsável pela cobrança das passagens.
O relatório do Sistema de bilhetagem eletrônica do DFTrans, que detalha quando e onde os cartões foram utilizados, também mostra que três dias após a abertura da copa, em 18 de junho, a empresa MLF Santana Transporte recebeu centenas de vales. A companhia é responsável pela linha Núcleo Bandeirante-São Sebastião.
O DFTrans informou que a quantidade de cartões foi definida pela Secopa e que não sabe dizer quem recebeu os vales. Sobre os cartões utilizados diversas vezes em pouco tempo, o DFTrans reconheceu que ha indícios de irregularidade.
“O simples fato de terem sido utilizados em um espaço de tempo tão curto, chama a atenção. É um indicio, é um indicio de irregularidade. Vamos procurar identificar os responsáveis e fazer os encaminhamentos que são cabíveis”, afirmou o diretor do DFTrans, Marco Antônio Campanella.
(foto: Meramente ilustrativa)