São Paulo – O iPhone 11 Pro Max é o maior e mais avançado celular já criado pela Apple. Suas principais novidades são as câmeras e a melhoria na duração da bateria. O aparelho é a versão com tela maior da linha iPhone 11 Pro, que tem uma versão menor que leva o mesmo nome, mas sem o sufixo “Max”. A edição com tela grande do produto é a que testamos neste review. Rival do Galaxy Note 10+, da Samsung, os preços sugeridos do produto da Apple vão de 7.599 reais (64 GB de memória) a 9.599 reais (512 GB).
Design
O visual do iPhone 11 Pro Max mudou bastante em relação ao seu antecessor. Além de contar com um novo revestimento em vidro reforçado feito exclusivamente para a Apple, o que realmente salta à vista é o módulo de câmera tripla na traseira do aparelho. Apesar de maior do que o da geração passada, em pouco tempo ele se torna natural aos olhos do usuário. Cada uma das câmeras está ali para um propósito e o benefício de ter versatilidade na hora de fotografar mina qualquer objeção em relação à aparência das câmeras.
A tela segue com o recorte central, chamado nos Estados Unidos popularmente de “notch”. Ele é alvo de críticas desde 2017, quando fez sua estreia no iPhone X. Ainda assim, ele segue igual. Ali, ficam a câmera frontal e o sensor de reconhecimento facial, que é o único modo de desbloquear o produto (a não ser com a senha). Portanto, o componente é importante para a usabilidade do produto, apesar de outras fabricantes, como a Samsung, terem diminuído o tamanho do recorte na tela para acomodar tais sensores. Talvez a redução do recorte no iPhone tenha ficado para o ano que vem.
A resolução da tela de 6,5 polegadas é 1242 x 2688 pixels, o que permite ver, com qualidade, vídeos gravados em Full HD. A densidade de pixels é alta, mesmo em uma tela grande como essa. São 458 pixels por polegada. Na prática, isso permite ver cenas tão bem quanto em uma televisão. A proporção de tela acompanha o padrão de mercado. Antes, era comum vermos smartphones com proporção 16:9, como no padrão de filmagem em resolução Full HD. Agora, os celulares ficaram mais compridos. Como celulares topo de linha com sistema operacional Android, o iPhone 11 Pro Max tem proporção de tela 19,5:9. Para ver vídeos do YouTube em tela cheia, por exemplo, você pode fazer um movimento expansivo de pinça com o polegar e o indicador na tela enquanto o vídeo é reproduzido. Você tirará proveito máximo da tela, mas precisará se acostumar com o notch, caso seu smartphone anterior não tenha sido um iPhone recente.
Com uma tela de 6,5 polegadas, é inevitável dizer que trata-se de um produto grande. Por isso, quem for escolher o iPhone 11 Pro Max precisa estar ciente de que ele é um dos maiores celulares disponíveis no mercado atualmente, assim como o Galaxy Note 10+. Essa característica o torna chamativo. Por outro lado, a tela grande é ótima para quem assiste a muitos vídeos – aliás, os alto-falantes desse aparelho da Apple têm ótima qualidade de reprodução sonora e têm alto volume.
Por fim, o revestimento do iPhone 11 Pro Max conta com proteção contra a entrada de água e poeira, segundo a certificação IP68. Segundo a Apple, isso confere ao produto a capacidade de ser mergulhado, em água doce, a uma profundidade máxima de dois metros ao longo de 30 minutos. Com isso, se algum acidente acontecer com o seu celular e ele acabar caindo na água, ele continuará a funcionar normalmente – considerando as limitações descritas acima.
Já faz tempo que a Apple acabou com o conector de fones de ouvido P2 em seus iPhones, mas vale dizer: o iPhone 11 Pro Max não tem conector para fones de ouvido. A solução é usar adaptadores para a porta Lightning, a mesma usada para carregar a bateria, ou fones de ouvido Bluetooh, como os da linha Beats, empresa que pertence à Apple.
Câmeras
Se você acha que apenas o número de megapixels importa em uma câmera, o iPhone 11 Pro Max tem tudo para mudar sua percepção. Todas as suas três câmeras contam com 12 megapixels. Então por que três câmeras? Cada uma tem um propósito.
Como no passado, há uma câmera com amplitude comum, como a de qualquer outro celular, e uma que aproxima mais a imagem, chamada de telefoto. Ela oferece um zoom óptico de 2x. Mas a novidade é uma ultra-grande angular. Ela é como uma câmera de ação GoPro e permite tirar fotos com amplo ângulo de captura, mais de 120 graus, contra os 80 de uma câmera comum.
Cada câmera também conta com uma abertura diferente. A abertura é um ponto importante na hora de tirar fotos à noite ou em locais mal iluminados. Nesse item, a melhor, entre as três, é a câmera de abertura comum, que é acionada por padrão logo que você abre o aplicativo da câmera no iPhone. Ela tem abertura de f/1.8 e, portanto, capta mais luz do que a telefone (f/2.0) ou a ultra-grande angular (f/2.4), que precisam de mais iluminação.
É por isso que a câmera de abertura f/1.8 é a usada quando queremos usar o modo noturno da câmera. Ele é acionado por padrão, você não precisa fazer nada. Quando ele está ligado, é preciso apenas segurar firme o celular por um tempo que varia entre dois e três segundos. Nesse período, ele registra mais imagens para deixar a cena mais iluminada. Isso não é uma novidade no mercado. A Motorola e a Samsung já contam com celulares que apresentam o modo noturno. O destaque da implementação da Apple é a fidelidade de cores. Muitos modos noturnos iluminam tanto a imagem que fazem a noite virar dia na foto. O iPhone consegue melhorar a imagem sem clareá-la demais, o que é um ponto positivo do aparelho.
Para vídeos, que podem ser gravados com resolução 4K com 60 quadros por segundo, a novidade é o modo de início de filmagem. Logo que você abrir a câmera, é possível tocar no botão de captura de foto e segurá-lo para começar a filmar, exatamente como acontece no aplicativo Instagram Stories. Isso permite que você seja mais veloz para começar um vídeo, em vez de precisar mudar manualmente para o modo de filmagem da câmera, como acontece em qualquer outro smartphone.
O modo retrato, uma das principais novidades do iPhone 7 Plus, em 2016, está presente na câmera traseira e na frontal do iPhone 11 Pro Max. Há diversos modos de iluminação do seu rosto, a possibilidade eliminar totalmente o fundo da imagem ou deixá-la com fundo preto. Se não quiser usar nada disso, ele ainda é bom para simplesmente desfocar o fundo da cena e colocar a pessoa em primeiro plano na foto. Com a maturidade da tecnologia, agora o iPhone faz um trabalho de recorte do rosto na foto de forma eficaz. No passado, erros de recorte eram comuns. Em todo caso, é importante que a cena esteja bem iluminada para que os resultados sejam de boa qualidade.
Configuração
A configuração do iPhone 11 Pro Max apresenta evolução grande em relação ao antecessor XS Max. Ele tem o processador A13 Bionic, que têm seis núcleos, sendo dois de alta performance e quatro para uso eficiente de energia. Segundo a Apple, os núcleos são 20% mais velozes do que os presentes no A12, chip usado no iPhone XS. Na prática, a mudança, hoje, é difícil de ser notada. Com o passar do tempo, porém, essa melhoria certamente fará diferença, uma vez que os aplicativos evoluem e ficam mais complexos a cada atualização. A memória RAM segue com 4 GB, quantidade suficiente para um iPhone – nos smartphones com sistema Android, os melhores modelos contam com até 12 GB, como o Galaxy Note 10+.
O sensor de reconhecimento ficou 30% mais veloz do que na geração passada. No entanto, essa evolução só pode ser percebida quando você colocar as duas gerações lado a lado. De todo modo, todo avanço é bem-vindo e é bom ver que a Apple segue trabalhando para melhorar o seu sensor, chamado FaceID.
O desempenho geral do iPhone mostra uma evolução clara de fluidez aos olhos mais atentos. Mas a principal novidade é a gestão da energia, tema do próximo tópico. Nos benchmarks, que dão notas para o desempenho de smartphones com base em rotinas simuladas de atividades como reprodução de vídeo, navegação em redes sociais e jogos, o iPhone 11 Pro Max apresentou resultados altíssimos.
Benchmark | iPhone 11 Max Pro |
AnTuTu | 426.966 |
Basemark OS II | 6.124 |
Geekbench 5 | 3.417 |
Bateria
A bateria do iPhone 11 Pro Max é seu principal diferencial. Em nosso teste padrão de reprodução de vídeos via internet, com brilho de tela no máximo, Wi-Fi e Bluetooth ativos, a bateria do produto apresentou autonomia de 13 horas com uma única carga. O valor representa um aumento de 116% em relação às 6 horas de autonomia obtidas pelo iPhone XR, no ano passado.
Essa é a principal vantagem, assim como a tela, da versão maior da linha iPhone 11 Pro – por isso ele se chama “Max”. A bateria tem 3.969 mAh, capacidade 30% maior do que a do iPhone 11 Pro menor.
Em situação de mundo real, você provavelmente não conseguirá acabar com a carga da bateria em um único dia. A exceção é para os usuários que passam muito tempo em jogos, que consomem mais bateria do que a média dos aplicativos por exigir mais do processador gráfico do aparelho.
Conclusão
Deixando de lado a questão do preço alto para a média da população brasileira, o iPhone 11 Pro Max é um excelente produto. Sem dúvidas, é a melhor versão dos novos iPhones. Apesar de não ter recursos como carregamento sem fio reverso para carregar outros produtos, nem ter o conector USB Type-C já usado pela própria Apple no iPad, o smartphone teve grande evolução em relação ao seu antecessor. Com três câmeras, o iPhone 11 Pro Max está em linha com os melhores celulares com sistema operacional Android no quesito fotografia. Considerando todos esses pontos, o produto é ótimo. Ele não é perfeito, como nenhum outro é. Mas traz muitos dos avanços tecnológicos já vistos em rivais, com o benefício de ser um iPhone – o que é muito importante se você já é usuário de um computador Mac, um tablet iPad ou um relógio da linha Apple Watch.