A explosão do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai em Tonga, no sábado (15), resultou em ondas de tsunami enviadas pelo Oceano Pacífico, resultando em perda da conectividade da linha de internet, operada pela Tonga Cable Ltd, com o continente. Com isso, o arquipélago da Polinésia pode passar dias ou mesmo semanas isolado do resto do mundo.
Embora tenham uma capacidade de transportar dados cerca de 200 vezes mais rápida do que os satélites, os cabos submarinos de fibra ótica são mais vulneráveis. E, como a ilha possui um único conector da espécie, com 827 quilômetros de extensão até o arquipélago de Fiji, o seu reparo depende da chegada de um navio especializado, que se encontra em Porto Moresby, a capital de Papua-Nova Guiné, a mais de 4 mil quilômetros.
Em entrevista à Reuters, Craige Sloots, diretor de marketing e vendas da Southern Cross Cable Network, que se conecta ao cabo de Tonga em Fiji, afirmou que, “normalmente, tudo indo bem, levaria cerca de duas semanas” para que o navio Reliance chegasse à área afetada. Sem contar que a tripulação ainda precisa obter uma autorização de segurança para dar início aos reparos necessários.
Como é feito o conserto de um cabo submarino?
Consertar a quebra de um cabo de fibra óptica em terra firme é uma tarefa relativamente fácil para um técnico experimentado. Mas consertar uma ruptura no fundo do mar é bem mais complicado. Primeiramente, os operadores precisam localizar a falha, fazendo com que um pulso de luz percorra o cabo, para localizar o ponto de rompimento. Em seguida, o navio desce um cabo submersível em águas profundas e iça o cabo para fazer os reparos.
Embora Tonga tenha assinado, em 2019, um contrato de 15 anos para conectividade via satélite na ilha (após a âncora de um navio danificar o cabo submarino), o custo elevado dos serviços limita esse tipo de comunicação a órgãos governamentais e algumas empresas. A maioria da população ainda terá que esperar pelo Reliance.
Fonte: R7