Todos os índices de crimes contra o patrimônio subiram entre 2015 e 2016. Apesar disso, órgão registrou menor taxa de homicídios em 23 anos.
Dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal apontam aumento em todas as modalidades de roubos e furtos – a pedestres, carros, ônibus, casas e comércios – 2016, na comparação com 2015. Segundo o relatório divulgado nesta sexta-feira (13), os chamados “crimes contra ao patrimônio” pularam de 1,7 mil para 2,1 mil, para cada grupo de 100 mil habitantes. Apesar disso, a chefe da pasta, Márcia de Alencar, afirmou que Brasília está segura.
“Brasília segue sendo uma das cidades mais seguras do mundo. Estes crimes que aumentam a sensação de insegurança já foram debelados [reprimidos]. Estamos conseguindo começar 2017 com queda em todos os índices”.
Durante a coletiva, Márcia também minimizou os quatro casos de roubo seguido de morte registrados na cidade em janeiro. Só nos primeiros 11 dias do ano, foram vítimas de latrocínio um taxista em Brazlândia, uma professora no Gama, um idoso no Itapoã e um homem em Taguatinga.
“Isso é um fenômeno e não uma tendência. Não podemos encarar esses números isoladamente”, afirmou Márcia. De acordo com a secretária, em três dos quatro episódios os criminosos foram presos.
“O latrocínio está associado à uma situação de roubo em que, normalmente, a vítima reage. É importante não reagir.”
Roubos em alta
Segundo os números da secretaria, a cada 100 mil habitantes, 1,2 mil foram roubados nas ruas do DF em 2016. No ano anterior, esse índice era pouco menor, de 1 mil roubados para cada 100 mil habitantes. Outro crime que cresceu foi o de roubos em coletivos: para cada 100 mil habitantes, 105 vítimas registraram ocorrência em 2016, contra 82 no ano anterior.
Os roubos a comércio também cresceram. Em 2016, o DF registrou uma proporção de 93 ocorrências para cada 100 mil habitantes. Em 2015, esse índice era de 90 casos. Outra alta registrada foi no crime de furto em veículos, quando os criminosos levam somente os pertences no interior do carro. São 105 ocorrências para cada 100 mil habitantes, contra 82,2 na mesma proporção em 2015.
Já em roubos de carro – quando o próprio veículo é levado ˜, o DF registrou 190 alvos em cada 100 mil habitantes, contra 164,9 em cada 100 mil moradores no ano anterior. Os maiores índices foram registrados entre outubro e novembro do ano passado. Segundo a Polícia Civil, 62% dos veículos foram recuperados. Roubos a casas também cresceram de 23,5 30,8 mil em cada 100 mil habitantes.
Apesar das altas, o governo comemora uma queda da maioria dos índices em relação ao que era registrado em 2014, último ano do governo Agnelo Queiroz. De acordo com a pasta, de lá para cá, enquanto a população do DF aumentou em 140 mil habitantes, e o efetivo da Polícia Militar encolheu em cerca de 2 mil homens.
A secretária responsabilizou a crise econômica e a alta no desemprego pelo aumento nesses índices. “Nesse momento de crise aguda, a recomendação é evitar gerar situações de vulnerabilidade. É importante observar os locais onde se circula, se há outras pessoas. Evitar áreas que potencializem situações de crime”, recomendou Márcia.
Queda em homicídios
Apesar da alta nos índices de roubo, a SSP registrou o menor índice de homicídios nos últimos 23 anos. A taxa registrada foi de 19,7 casos para cada 100 mil habitantes. O maior índice é de 2009, com quase 30 casos para cada 100 mil habitantes. No acumulado de 2016, os casos de latrocínio também caíram de 1,6 casos para cada 100 mil para 1,4 na mesma proporção no ano passado.