Responsável pela entrega de refeições hospitalares na rede pública do Distrito Federal, a empresa Sanoli informou nesta quinta-feira (10) que deve reduzir o fornecimento a partir da hora do almoço, por “esgotamento de recursos”. A empresa cobra R$ 13,5 milhões do GDF, relativos às faturas de janeiro e fevereiro. A Secretaria de Saúde nega atrasos.
A Sanoli diz servir 13 mil refeições diárias para pacientes, acompanhantes e servidores de hospitais e Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) em um contrato que atinge todas as regiões do DF, exceto Santa Maria. Sem dinheiro em caixa, a empresa afirma que o estoque é suficiente apenas para alimentar os pacientes, de quinta até sábado (12).
Por mês, a Sanoli recebe cerca de R$ 10 milhões do GDF. Por telefone, a empresa disse que a fatura de janeiro foi paga parcialmente e ainda faltam R$ 3,5 milhões, além dos R$ 10 milhões de fevereiro. Segundo eles, todo o valor deveria ter sido depositado até o último sábado (5).
Em nota ao G1, a Secretaria de Saúde informou que não tem faturas pendentes, e que o pagamento de fevereiro está em fase de “ateste” – quando a empresa comprova ao governo que prestou os serviços. O dinheiro será depositado “tão logo o documento seja liberado”, segundo a pasta.
Relação conturbada
Em 2015, a Sanoli suspendeu ou reduziu o repasse de refeições diversas vezes, sempre por falta de recursos. Em março, a empresa substituiu a comida normal por “sopa e pão”, por uma semana, dizendo não ter verba para comprar insumos. O GDF acionou a Justiça e impediu que as refeições fossem interrompidas por completo.
Em julho, o problema se repetiu. Na época, a Sanoli cobrava R$ 12,5 milhões do mês anterior e R$ 21 milhões pendentes desde 2014. Parte da dívida deixada pelo governo Agnelo Queiroz ainda não foi quitada.
Ao G1, a empresa afirmou que perdeu o crédito com os fornecedores de alimentos e que, por isso, só pode fazer compras à vista. A Sanoli diz também que precisa recorrer a “segundas e terceiras opções”, porque está inadimplente com os parceiros que costumavam fornecer os insumos.
Na nota enviada nesta quinta, a Secretaria de Saúde diz que “aplicará as medidas previstas na Lei de Licitações e Contratos”, caso haja interrupção nos serviços até o fim da semana.