A criação do Jardins Mangueiral transformou São Sebastião na cidade que mais cresce do Distrito Federal. Nos últimos dois anos, a região administrativa teve um incremento populacional de 12% — a população do DF aumentou, em média, 2,5% em 12 meses. Apesar disso, essa mudança não significou desenvolvimento para a região considerada de baixa renda. A infraestrutura e a oferta de serviços não acompanharam o boom de moradores. Nas ruas, sobram reclamações sobre a falta de um hospital, de agências bancárias, de vagas de emprego e de transporte público de qualidade.
A população de São Sebastião passou de 77.793, em 2011, para 97.977, neste ano, de acordo com a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad), da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan). Além de influenciar diretamente o crescimento populacional, o Jardins Mangueiral elevou a escolaridade e a renda dos moradores e aumentou a quantidade de bens, como automóvel e televisão, por domicílio. Mas pouco teve influência na geração de postos de trabalho e na melhoria da condição de vida da comunidade.
Essa realidade é enfrentada pela diarista Marly Feitosa, 42 anos. Ela mora em São Sebastião desde 2000 e não percebe investimentos nas áreas de transporte, saúde e educação. Quanto à oferta de emprego, conta que nunca prestou serviço na cidade. “Prefiro trabalhar no Lago Sul. Lá, tem bastante trabalho e, aqui, os salários são mais baixos”, afirmou. Marly tem quatro filhos. Dois deles estão na universidade e precisam ir até o Plano Piloto devido à falta de instituições de ensino superior na região.
Enquanto isso a cidade vai inchando e a infraestrutura básica não acompanha o crescimento,como transporte, saúde e educação.