Para Rogério Lacerda, novo chefe da Polícia Militar do estado, sistema será útil para localizar foragidos da polícia e veículos roubados
O secretário de Polícia Militar do Rio de Janeiro, o coronel Rogério Figueiredo de Lacerda, afirmou nesta segunda-feira 21, em entrevista ao jornal O Globo, a adoção de um sistema de reconhecimento facial e de placas de carro a ser adotado no estado. O piloto, já a partir do carnaval deste ano, será em Copacabana “pela importância turística e pelos recursos já disponíveis lá”.
O projeto faz parte de uma intenção de Lacerda em “modernizar” a Polícia e será realizado em parceria com a operadora de telefonia Oi. Segundo o coronel, o sistema buscará pessoas com mandado de prisão ativo e veículos roubados e, automaticamente, um aviso será disparado ao Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), que aciona a viatura mais próxima.
“Também haverá blitzes com câmeras para fazer a leitura das placas de automóveis. É a modernidade, enfim, chegando. A previsão é que comece no Carnaval. A ferramenta é fantástica”, afirmou Lacerda, na entrevista ao jornal. O secretário também afirmou que, para combater a corrupção policial, pretende adotar um equipamento que seja capaz de gravar o “DNA” das armas utilizadas pela corporação, para melhor esclarecer crimes do gênero, monitorando quais são as armas utilizadas por cada policial.
Escolhido pelo governador Wilson Witzel (PSC), que criou pastas específicas e separadas para as polícias Civil e Militar, Rogério Lacerda contemporizou quando questionado sobre a afirmação de Witzel de que pessoas portando fuzis devem ser abatidas. Para o secretário da PM, o estado “não pode admitir que criminosos andem portando armas de guerra”, mas que quem se encontre nessa situação poderá “entregar a arma e escolher a prisão”. “A nossa ação será sempre dentro da lei”, diz.
China
A adoção de um sistema de reconhecimento facial foi o centro de uma polêmica recente entre um grupo de parlamentares do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, e o filósofo Olavo de Carvalho, um dos mentores ideológicos do novo governo.
Integrantes de uma comitiva de deputados e senadores eleitos para a China, como a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) em entrevista a VEJA, relataram que o intercâmbio com o país asiático na área estava na agenda dos encontros. A ideia era levar a Witzel a sugestão para que a tecnologia fosse testada no Brasil a partir do Rio de Janeiro.
Olavo criticou. Segundo o filósofo, a China teria segundos interesses na parceria, que “entregaria o país ao poder chinês”. Depois do vídeo, outros integrantes do PSL, como a deputada Joice Hasselmann (SP), criticaram os colegas, que gravaram vídeos e mensagens argumentando que não tinham poder para fechar um contrato do gênero, apenas para conhecer e estimular as trocas de tecnologia e comércio entre os países. Fonte: Portal Veja