O secretário de Fazenda do Distrito Federal, Leonardo Colombini, pediu exoneração do cargo na noite dessa segunda-feira (31). Segundo o GDF, o compromisso assumido pelo gestor com o governador Rodrigo Rollemberg “foi de ficar à frente da pasta apenas nesses primeiros meses da atual gestão”.
O atual secretário-adjunto, Pedro Meneguetti, assume o cargo de modo permanente a partir desta terça (1º). Segundo o GDF, Colombini ocupará cargo de consultor no BRB. O ex-secretário é presidente do Conselho de Administração do banco, que reúne outros três membros.
Antes de chegar ao DF, Colombini foi secretário de Fazenda de Minas Gerais. Servidor aposentado do Banco Central, foi assessor especial do ministro-chefe da Casa Civil Pedro Parente, no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. Novo secretário do DF, Pedro Meneguetti também foi secretário-adjunto em MG, sob a tutela de Colombini.
Com a saída de Colombini, o GDF perde mais um secretário da “linha de frente” dos primeiros meses de governo, responsável pelo combate ao rombo de R$ 4 bilhões nos cofres públicos, identificado no início do ano. Apenas a secretária de Planejamento, Leany Lemos, permanece no “núcleo econômico” empossado por Rollemberg em janeiro.
Saídas
A saída de Colombini do GDF é a segunda em menos de uma semana. O presidente do PDT-DF, Georges Michel Sobrinho, deixou o comando da Secretaria de Trabalho e Empreendedorismo no último dia 25, alegando “razões pessoais”. O subsecretário de Empreendedorismo, Thiago Jarjour, assumiu a pasta interinamente.
A mudança expõs o “racha” com o GDF alegado por membros da legenda desde o início do ano. O partido tem o maior número de filiados na capital entre as siglas que integraram a coligação de Rodrigo Rollemberg, que também reunia PSB, SD e PSD.
Em 2 de junho, a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PDT), anunciou que deixaria a base de apoio de Rollemberg para se tornar independente. Na época, a parlamentar pediu um “choque de gestão” no Buriti e criticou a manutenção de gestores indicados pelo ex-governador Agnelo Queiroz.
Duas semanas depois, Rollemberg se reuniu com representantes do PDT no Palácio do Buriti egarantiu que a sigla teria maior espaço nas decisões políticas. Além de Sobrinho, o senador Cristovam Buarque (PDT) foi citado como um dos articuladores que ganhariam poder político.
O partido é um dos três com maior representação na Câmara Legislativa, com três parlamentares. A legenda tem como deputados Celina Leão, Joe Valle e Professor Reginaldo Veras. No Senado, a bancada do DF tem os pedetistas Cristovam e Reguffe.
Troca-troca
As trocas de comando nos primeiros escalões do DF começaram ainda antes da posse. Em dezembro do ano passado, o indicado para a Secretaria de Saúde, Ivan Castelli, voltou atrás e recusou o convite alegando problemas de saúde. O secretário empossado em janeiro, João Batista de Sousa, renunciou ao cargo em 22 de julho e foi substituído por Fábio Gondim, que permanece na pasta
Dois dias antes, o secretário de Gestão Administrativa e Desburocratização, Antônio Paula Vogel, também pediu demissão. Segundo o GDF, ele saiu após convite do Ministério da Fazenda para integrar a equipe econômica de Joaquim Levy. A pasta é responsável por gerenciar folhas de pagamento, gastos com fornecedores, manutenção do patrimônio e modernização dos sistemas administrativos do DF.
Em janeiro, o diretor indicado para o Detran, Antônio Fúcio, desistiu de assumir o cargo após a divulgação de um histórico de 50 multas de trânsito, todas por excesso de velocidade, entre 2006 e 2007. Ele afirmou que abriu mão do posto para “evitar constrangimentos”, mas disse que contesta as notificações na Justiça.
No mesmo mês, o subsecretário de Microcrédito e Empreendedorismo da Secretaria de Trabalho, Alexandre Donikian Gouveia, foi exonerado. A decisão teria sido tomada pelo próprio governador após ser informado de um mandado de prisão contra Gouveia expedido no ano passado, em Curitiba. O cientista político afirma que não foi procurado pela administração pública e diz que o pedido de prisão foi um erro da Justiça paranaense.
Em fevereiro, o diretor de Desenvolvimento e Comercialização da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), Fábio Rodrigues Rolim, pediu exoneração do cargo. A divulgação dos supostos indiciamentos do diretor nas CPIs dos Bingos, em 2006, e das ONGs, em 2009, foi apontada como motivo para a saída. Rolim nega o envolvimento nos escândalos.
Também houve troca na Polícia Militar. O comandante do Batalhão de Trânsito, tenente-coronel Evaldo Soares, deixou o cargo em março após caminhoneiros que estavam concentrados no estacionamento do Estádio Nacional Mané Garrincha fizeram um “buzinaço” na Esplanada dos Ministérios. A Polícia Militar diz que ele “colocou à disposição o cargo que ocupava”.
No início do ano, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal afastou o administrador interino do Planetário, João Bosco, após denúncias de supostos assédios sexuais e morais que estariam ocorrendo no local desde o ano passado. A secretaria informou que abriu um processo administrativo para apurar os relatos e disse que Bosco ficaria afastado da função até que a investigação seja concluída.