França e Portugal colocaram a vida do presidente Evo Morales em risco, ao revogar as permissões de aterrissagem e sobrevoo por seus territórios, motivo pelo qual o boliviano teve de pousar de emergência em Viena, denunciou o chanceler da Bolívia, David Choquehuanca, nesta terça-feira (2/7). “Queremos expressar nosso incômodo e mal-estar, porque pôs a vida do presidente em risco”, disse o ministro na entrevista coletiva em La Paz.
Morales retornava à Bolívia no avião presidencial, procedente de Moscou, onde assistiu a uma cúpula de países produtores de gás natural e se reuniu com seu colega russo Vladimir Putin. O mandatário boliviano tinha que fazer uma escala técnica em Portugal, mas Lisboa “inexplicavelmente nos comunicou que havia cancelado a autorização de sobrevoo e aterrissagem”, indicou Choquehuanca.
Com essa medida, explicou que “um novo plano de voo foi elaborado para que o presidente” aterrissasse na Espanha, depois da autorização desse país para que a aeronave “fosse reabastecida nas Ilhas Canárias”. Mas quando Morales “estava no ar, a França nos comunicou que a autorização de sobrevoo por território francês havia sido cancelada”.
Ele ressaltou que a medida, ao que parece, se deveu ao “rumor” de que na aeronave do mandatário estava o informante americano Edward Snowden, que é requerido pelos Estados Unidos depois de ter revelado programas de espionagem do governo americano. “É uma informação que estava circulando, uma informação mal-intencionada para prejudicar o país (…) é uma grande mentira”, insistiu.