Após confirmar a saída do Cidadania, no fim de semana passado, o senador Alessandro Vieira (SE) anunciou o seu novo destino: o PSDB. A filiação do sergipano será formalizada na próxima segunda-feira (21), durante evento em São Paulo, onde ele será recebido pelo também tucano, o governador do estado e pré-candidato à Presidência da República, João Doria.
“É a decisão que melhor contempla o entendimento dos nossos parceiros de construção política em Sergipe e no Brasil”, afirmou o senador em nota, na noite de quinta-feira (17).
No último sábado (12), Alessandro Vieira, que era pré-candidato à Presidência da República pelo Cidadania, manifestou insatisfação com a recondução de Roberto Freire à presidência do legenda e anunciou sua saída da sigla. Na ocasião, ele disse pelas redes sociais que “o Brasil exige renovação na política, e o Cidadania responde mudando seu estatuto e garantindo a permanência de Roberto Freire por 34 anos na presidência.”
Ao R7, na segunda-feira (14), Roberto Freire negou que a saída do senador represente uma baixa forte para a legenda. “Já tivemos tanto esses processos, é natural na política.” O ex-deputado federal afirmou que isso é um fato passado. “Ele saiu isolado, numa posição individual, respeitado por todos nós. Mas é um fato do passado”, declarou Freire.
Agora, ao anunciar o novo destino, Vieira pontuou que “a boa política na prática e não só do discurso” o levou para esta decisão. Ele disse identificar no PSDB “liberdade para o exercício desses valores, e cuja democracia interna, compromisso com a renovação política, e sensibilidade popular, são equivalentes ao meu propósito na política.”
A situação de Vieira no Cidadania também envolve a disputa presencial deste ano. O senador se lançou como pré-candidato à Presidência da República no ano passado, mas a questão esbarrava na possibilidade de federação do Cidadania com o PSDB, quando os tucanos já decidiram que terão como candidato o governador João Doria. No mês passado, o Cidadania aprovou a federação com o PSDB, o que minou de vez a possibilidade do senador ser candidato pela sigla.
Confira a nota completa do senador:
Ética, coerência e liderança pelo exemplo, esses sempre foram para mim, princípios de vida. Desde os tempos em que atuei como delegado de polícia, todo trabalho era na busca por um serviço público de excelência à população, e sigo fiel durante o exercício da vida pública, como senador da República. Meus valores continuarão inarredáveis.
A boa política na prática e não só do discurso, me traz à decisão de me filiar nesse momento histórico do país ao Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB. Partido em que identifico liberdade para o exercício desses valores, e cuja democracia interna, compromisso com a renovação política, e sensibilidade popular, são equivalentes ao meu propósito na política.
É a decisão que melhor contempla o entendimento dos nossos parceiros de construção política em Sergipe e no Brasil.
O Brasil exige nesse momento que, em meio a uma profunda crise política, econômica e social, o maior número de forças democráticas se una numa frente ampla, para que possamos em outubro eleger líderes que conduzam o estado e o Brasil de volta ao rumo do desenvolvimento.
Não foi a primeira vez que Vieira anunciou desfiliação do Cidadania. Em junho do ano passado, ele informou que deixaria o partido após uma crise com a legenda sobre ação contra o orçamento secreto. Isso porque o Cidadania acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) questionando o orçamento secreto, mas Roberto Freire informou em seguida que havia apresentado a desistência da ação.
“Decidi encaminhar nos próximos dias o meu pedido de desfiliação do partido. Tenho como princípio de vida a coerência e uma seriedade extrema no trato da coisa pública, o que efetivamente inviabiliza a minha concordância com essa situação e, por consequência, a minha permanência no partido”, afirmou Alessandro Vieira na época.
No mesmo mês, no entanto, os ânimos se acalmaram e senador recuou da decisão. Na ocasião, Vieira disse que o partido reconheceu que errou na forma como tentou desistir da ação no Supremo e que pediu para que ele permanecesse na sigla.
Fonte: R7