A estrutura da economia do Distrito Federal permitiu que a capital do país sentisse de forma menos intensa a crise em 2015. É o que mostra o relatório sobre o Produto Interno Bruto (PIB) daquele ano, divulgado nesta quinta-feira (16/11) pela Companhia de Planejamento (Codeplan). O DF alcançou um PIB de R$ 215,613 bilhões — a quinta melhor economia do país. Enquanto o DF enfrentava um encolhimento de 1% no volume de produção (bens e serviços), o Brasil registrava perdas de 5,8% para a indústria e 2,7% para serviços, por exemplo.
O fato de Brasília ter o funcionalismo público como um dos principais empregadores amorteceu os impactos mais negativos da crise econômica. Aqui, a administração pública — local e federal — contribuiu com 44,7% na formação do PIB.
Além disso, setores como indústria e agropecuária têm um peso menor na estrutura produtiva local em comparação a outras unidades federativas. A indústria local representa 5,4% do que é produzido no território e, a agropecuária, 0,3%. Quando observados os dados para o País, a indústria representou 22,5% naquele ano e, a produção agropecuária, 23%.
Situação crítica
Ainda que pudesse ser pior, a situação crítica em que se encontrava a economia brasiliense em 2015 foi comprovada pela divulgação dos resultados do relatório sobre o Produto Interno Bruto local.
Se, por um lado, a estrutura econômica ajudou o DF a não atingir patamares de recessão como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, por outro, os volumes de contribuição ao PIB, por setor de atividade, foram bastante reduzidos.
Com isso, GDF esteve enquadrado nos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e ficou impedido de contratar e de conceder reajustes. Em outubro deste ano, foi possível sair desse nível de restrição. No entanto, para não ultrapassar novamente o limite de 46,55% da receita líquida com pagamento de salários, o Executivo decidiu manter a política de ajuste fiscal.
Ranking de renda per capita
O relatório apresentado pela Codeplan mostra que, quando avaliado o PIB per capita do DF, ele alcança R$ 73.971,05. Esse valor é mais de duas vezes maior que o PIB per capita nacional, de R$ 29.326,33. Os cálculos consideraram uma população local de 2,915 milhões de habitantes.
A demora para tornar os números públicos se deveu ao embargo de 18 meses estabelecido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pelas regras do órgão, as informações sobre o exercício das empresas pesquisadas só ficam totalmente disponíveis após esse prazo.
Outros estados
Todos os estados brasileiros registraram queda no Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 ante 2014, segundo os dados das Contas Regionais, divulgados nesta quinta-feira (16/11), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a primeira vez que todos os estados registraram queda no PIB num mesmo ano desde o início da série histórica das Contas Regionais, iniciada em 2002.
O PIB de São Paulo, que respondeu por 32,4% do total do País, recuou 4,1%, acima da média nacional, que ficou em 3,5%, conforme dado definitivo divulgado semana passada pelo IBGE. Em 2014, São Paulo respondeu por fatia um pouco maior (32,4%) do PIB total, mas, desde o início da série histórica, a perda é de 2,5 ponto porcentual. Em 2002, São Paulo respondia por 34,9% do PIB brasileiro. A participação do DF no PIB nacional é de 3,6%, ocupando a quinta colocação.
Outros estados com grande peso no PIB também foram destaque de queda. O PIB de Minas Gerais recuou 4,3% em 2015 ante 2014. O PIB do Rio de Janeiro encolheu menos do que a média nacional, com recuo de 2,8%. Juntos, São Paulo, Minas, Rio, Rio Grande do Sul e Paraná responderam por 64,7% do PIB nacional.
A composição do PIB do DF em valores absolutos em 2015:
Serviços: R$ 175,671 bilhões
Impostos: R$ 29,319 bilhões
Indústria: R$ 9,997 bilhões
Agropecuária: R$ 627 milhões
(Com informações das agências Brasília e Estado)