Apesar da deliberação conjunta, algumas categorias agem de forma independente
Servidores públicos de 32 categorias se reunirão hoje, às 10h, em frente à Câmara Legislativa, em um ato unificado para definir os rumos do movimento. Os integrantes do funcionalismo exigem o pagamento da última parcela do reajuste salarial, pendente desde outubro de 2015, além de demandas específicas de cada um dos grupos. Apesar da crise, o GDF resolveu, nesta semana, problemas relativos a outros segmentos. Motoristas de transporte escolar, que estavam em greve desde 31 de outubro, descruzarão os braços hoje. Além disso, o Palácio do Buriti conseguiu realizar o repasse dos valores referentes ao último quadrimestre às creches que prestam serviços à capital federal.
Os integrantes dos sindicatos decidirão quais serão os próximos passos de cada categoria. Há cerca de duas semanas, a previsão era de deflagração de uma greve geral a partir desta quinta-feira. Agora, porém, a estratégia é outra: as ações serão fragmentadas, segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Direta (Sindireta), Ibrahim Youssef. “Para não provocarmos um desgaste tão grande à sociedade, a expectativa é que atos separados sejam realizados. Não iniciaremos uma greve geral”, adiantou. O Sindicato dos Professores do DF (Sinpro/DF) decidirá, às 9h30, em frente ao Palácio do Buriti, se participará do ato unificado.
Apesar da deliberação conjunta, algumas categorias agem de forma independente. É o caso do Sindicato dos Servidores da Assistência Social e Cultural do GDF (Sindsasc). Cerca de 200 manifestantes foram, ontem, à Secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos para reivindicar, além do pagamento última parcela do reajuste salarial aprovado em 2013, acréscimos no auxílio-alimentação, concessão do plano de saúde, pagamento das pecúnias dos aposentados e o retorno do pagamento no último dia útil do mês. Além disso, os servidores pedem melhorias nos Centros Especializados de Assistência Social (Creas).
O Palácio do Buriti alegou que, conforme anunciado, os funcionários públicos que aderirem a greves ou paralisações terão os pontos cortados. O Executivo local acrescentou que, em 7 de outubro, mostrou aos sindicatos, com números, que não poderia quitar os débitos. O GDF, entretanto, comprometeu-se a realizar encontros mensais com os representantes das categorias para manter o diálogo. A próxima reunião ocorrerá em 17 de novembro. O governo anunciou, ainda, que tenta resolver as demandas cujas solicitações não apresentam impacto financeiro.
Quitação de débitos
O governo de Brasília conseguiu negociar dívidas com outros segmentos. Os motoristas de transporte escolar, em greve há 10 dias, devem voltar ao trabalho hoje. O Palácio do Buriti garantiu a quitação do débito de pouco mais de R$ 40 milhões com os profissionais e as empresas. “Paramos porque não tínhamos condições de continuar. Não havia dinheiro para a manutenção ou reparação dos veículos e para pagar os trabalhadores”, disse o presidente da Associação das Empresas de Transporte Escolar de Brasília, Evis Peres. As 11 empresas atendem cerca de 60 mil estudantes por dia. Após o acordo, estudantes que ocuparam a Regional de Ensino de Ceilândia ontem decidiram deixar o local.
O Executivo local propiciou, ainda, verbas para as creches que prestam serviços à comunidade. O pagamento das 86 instituições é realizado de forma quadrimestral. “Destinamos os subsídios, na semana passada, às entidades adimplentes. As creches que não haviam apresentado as notas fiscais, mas o fizeram na segunda-feira, receberão até o fim da próxima semana. Restam, assim, dois estabelecimentos que estão inadimplentes; por isso, não podem obter os subsídios”, declarou o subsecretário de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação da Secretaria de Educação, Fábio Pereira.