Sindicalista Maria do Bomfim perdeu eleição para o goiano Sued Sílvio. Diretoria eleita quer melhorar serviço para enfrentar concorrência com Uber.
Após 15 anos sob a gestão de Maria do Bomfim, o Sindicato dos Taxistas do Distrito Federal elegeu nesta segunda-feira (8) um novo presidente, que assume a entidade por quatro anos. O taxista Sued Sílvio é goiano e trabalha no DF desde que a atual representante do sindicato passou a ficar à frente da categoria.
A eleição foi vencida pela chapa de Sílvio, que conquistou 524 dos 1.026 votos computados. A chapa da atual presidente ficou no último lugar das duas votações realizadas. Segundo o presidente eleito, há anos taxistas tentavam renovar a representação da categoria.
“O taxi também tem que se organizar, evoluir, melhorar. Vamos investir em cursos de aperfeiçoamento e capacitação do profissional taxista”, afirmou Silvio.
A sindicalista é taxista desde 1989, quando comprou a permissão de outro motorista, prática permitida naquela época. Quando Mariazinha começou a trabalhar como taxista, a única regra existente determinava que cada taxista poderia ter apenas uma permissão.
Em 2015, a TV Globo mostrou que a sindicalista possuía procurações de taxistas que davam a ela amplos poderes, podento até vender as permissões. À época, a representante disse que fez apenas “serviços burocráticos” com as procurações negou saber que elas ainda eram válidas.
Concorrência com Uber
Em junho desde ano, a votação do projeto de lei que regulamentou o uso de aplicativos para transporte de passageiros, como o Uber, foi considerada uma derrota para Maria do Bomfim. Apesar da pressão, o sindicato não conseguiu impor ao texto a limitação do número de carros que fazem o serviço.
“Quem é que sabe se esse tanto de aplicativo não vai ficar maior que os taxis, duas ou três vezes mais e acabar com o sistema, quem disse? Onde vai dar isso, se deixa tudo aleatório? Onde não tem regras, não tem jeito”, afirmou à época.
Para o presidente eleito, a categoria perdeu muito por não poder mais usar a área de apoio perto do aeroporto. Segundo Silvio, Mariazinha colocou parentes na administração do sindicato e causou prejuízos à categoria. Ele considera necessário fazer melhoras no serviço para enfrentar a concorrência.
Lei do Uber
A lei que autoriza o Uber no DF foi sancionada no último dia 2. O projeto não tem restrições às modalidades mais baratas ou ao número de motoristas. No anúncio da sanção, o governador afirmou que houve apenas “pequenos vetos” e que o projeto é praticamente “autoaplicável”, sem necessidade de modificações.
“Fizemos alguns pequenos vetos, visando menos burocracia e menos encarecimento para a população. Sabemos que todas mudanças geram reações, geram impactos. Na regulamentação inicial, não vamos fazer nenhum tipo de limitação ao uso dos aplicativos”, afirmou Rollemberg.
Entre os vetos, o governador barrou a obrigatoriedade de o motorista ser dono do carro e de precisar apresentar um atestado de moradia. Com a sanção, Rollemberg comentou que espera uma melhoria no serviço de táxi estimulada pela concorrência e que aposta em uma eficiência maior da Lei Seca.