Após anúncio de arrocho no Governo do Distrito Federal, categorias se unem para evitar perdas
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Em resposta ao pacote de medidas para contenção de despesas anunciadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF), nesta terça-feira (15), servidores sindicalistas anunciaram uma greve geral para o próximo dia 24. A decisão de uma “greve de alerta”, que terá a duração de 24 horas, foi tomada na tarde do mesmo dia durante a realização do Fórum em Defesa do Serviço Público no Distrito Federal.
No Fórum, que reúne cerca 19 sindicatos e três centrais sindicais, também ficou decidido que, caso não haja acordo entre servidores e GDF, no dia 7 de outubro haverá uma paralisação, por tempo indeterminado, no serviço público do Distrito Federal.
Segundo o diretor de comunicação Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), Cláudio Antunes, a data foi estabelecida de acordo com o dia do pagamento dos servidores, acordado no governo anterior.“O dia 7 de setembro é quinto dia útil e será quando saberemos se o pagamento dos salários acontecerão com ou sem o reajuste. Caso o pagamento das licenças não aconteça, fica concretizado o calote e isso nós não vamos aceitar”, disse.
Antunes afirmou ainda os servidores não aceitam a retirada de direitos como o do fim da licença prêmio e a transformação dela em licença capacitação. “Depois de muita luta, conquistamos o direito à licença prêmio e a sua transformação em pecúnia. Acreditamos que isso também é um calote porque ele transforma licença-prêmio em licença-capacitação”, disse.
Já o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Direta do DF (Sindireta), Ibrahim Yousef, afirmou que o fator determinante para a paralisação são os reajustes: “Além da questão da licença-prêmio, estamos indignados por causa dos reajustes. Restando 15 dias para o funcionário receber os salários corrigidos, o GDF manda retirar essas alterações da folha de pagamento. Isso é uma vergonha”.
Yousef disse também que o governo está tentando saldar suas dívidas alterando direitos assegurados em lei, como a aposentadoria especial e a participação no conselho do Instituto de Previdência dos Servidores do DF (Iprevi-DF). “Acredito que o governo está tentando mexer no dinheiro da nossa aposentadoria para tentar pagar as suas dívidas e isso não vai acontecer. Porém, estamos abertos a negociação para que sejam, no mínimo, parcelados esses pagamentos”, explicou.
De acordo com o GDF, o pacote de medidas anunciado tem como objetivo aumentar a receita do DF. Segundo levantamento feito pelo governo, mais de 50,8% da renda do DF está sendo destinada ao pagamento da folha de servidores. As ações como a redução de 24 para 16 no número de secretarias e de 31 para 24 nas administrações regionais, deverão ser feitas até abril do ano que vem .