Entre os exemplos de trabalhos da empresa está encontrar fãs de golfe para a IBM, pessoas capazes de descrever fotos para a Getty Images
Para criar um software de inteligência artificial eficiente, uma empresa precisa de muitos dados. Mas o que acontece se você não possui esse tipo de informação específica sobre sua área?
A Mighty AI (antes conhecida como Spare5), uma startup com sede em Seattle, nos EUA, consegue esses dados para você pagando especialistas em algum assunto para que passem alguns minutos respondendo a perguntas ou realizando tarefas.
Entre os exemplos de trabalhos da empresa está encontrar fãs de golfe para a IBM, pessoas capazes de descrever fotos para a Getty Images e radiologistas ou técnicos para lerem escaneamentos de tumores.
A empresa, que se rebatizou para exibir no nome seu foco em tarefas de treinamento de IA, está adicionando três novos investidores como parte de uma rodada de financiamento de US$ 14 milhões: Intel Capital, Google Ventures e Accenture Ventures. E também está revelando parcerias com a Intel e a Accenture.
A Spare5 foi separada em 2014 dos laboratórios da VC Madrona Venture, uma empresa com sede em Seattle que rivaliza no ambiente móvel com o programa Mechanical Turk, da Amazon, por meio do qual é possível encontrar profissionais para tarefas na internet. Na mesma época, a Getty a procurou em busca de ajuda para categorizar imagens em sua coleção.
Assim como o Getty, os demais clientes queriam cada vez mais Fives — as pessoas que realizam as “microtarefas” — para realizar atividades breves de treinamento de algoritmos de IA.
Por isso a Spare5 mudou de foco e se rebatizou em torno dessa ideia. “Há uma corrida às armas em termos de dados de treinamento” para IA, disse o CEO Matt Bencke.
A IBM, que mantém o foco em seus produtos Watson AI, queria criar um robô para conversar por chat com os espectadores do 2016 Masters Golf Tournament que a empresa patrocina.
Usando tablets no local ou seus próprios telefones celulares, os fãs de golfe conseguiam fazer perguntas ou brincadeiras com o robô. O único problema? A IBM não conseguia encontrar dados de anotação suficientes de treinamentos relacionados ao golfe.
Por isso, a IBM enviou à Mighty AI um grande conjunto de informações selecionado na web que acreditava estar relacionado ao golfe. A Mighty AI encontrou trabalhadores familiarizados com o golfe, pediu que etiquetassem informações específicas sobre o esporte e compusessem perguntas e respostas com base no material. Os dados viraram a base do Watson, um agente da IBM capaz de conversar sobre golfe.
A Accenture e a Intel veem a Mighty AI como uma forma de ajudar seus clientes a empregarem aplicativos e algoritmos de inteligência artificial mais rapidamente, permitindo que utilizem os serviços da Accenture para criá-los e os softwares e chips da Intel para rodá-los.
“O que gostamos na Mighty AI é que para muitos clientes nossos o primeiro passo são os dados de anotação — eles precisam disso antes de poderem construir algo com base nos nossos chips e softwares para IA”, disse Ken Elefant, diretor-geral de software e segurança da Intel Capital.
“Com a Mighty AI todos esses dados de anotação são gerados a um ritmo muito mais rápido, o que ajuda os clientes da Intel a empregá-los muito mais rapidamente.”