Auditoria do Tribunal de Contas do DF aponta irregularidades na licitação de compra e de manutenção do gramado do estádio
Indícios de superfaturamento de pelo menos R$ 1 milhão na licitação do gramado do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha são apontados em auditoria do Tribunal de Contas do DF. Empresa que recebeu R$ 5.950.548,94 para a implementação da grama foi contratada novamente pelo Governo do DF.
O presidente da Corte, Renato Rainha, apresentará hoje os detalhes do processo que apontou outras irregularidades na licitação do gramado do estádio. O Tribunal promete divulgar também dados atualizados sobre os possíveis prejuízos ocorridos na obra e, ainda, o andamento da auditoria de qualidade que está em curso.
Novo contrato
A empresa contratada para fornecer o gramado do estádio – Greenleaf Projetos e Serviços – venceu também o pregão para a manutenção do campo, recentemente. A Secretaria de Esporte e Turismo informou que, apesar dos indícios apontados pela Corte de Contas, quando venceu o novo certame, a empresa não estava impedida de prestar os serviços.
O valor apresentado pela Greenleaf para a manutenção do gramado foi 30% menor que o valor estimado para o contrato, conforme a Secretaria de Esporte. De acordo com a pasta, não havia condenação que impedisse a concorrência ou mesmo a prestação dos serviços. E que os dois processos – para aquisição e para manutenção do gramado – são completamente distintos.
A Greenleaf, reforça a pasta, é nacionalmente reconhecida pelo trabalho que faz. Sobre as irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas, a secretaria não comenta.
Procurada para comentar o assunto, a empresa Greenleaf não retornou as ligações da reportagem até o fechamento desta edição.
Improbidade em pauta
O Ministério Público do DF ajuizou, em setembro do ano passsado, ação de improbidade administrativa contra contra três ex-gestores da Novacap, suspeitos de favorecer a empresa Greenleaf no contrato de implementação do gramado.
Para o órgão de controle, foram identificadas irregularidades na implantação, drenagem, irrigação automatizada e manutenção. Na época, o MPDFT apontou que o superfaturamento chegou a 663,95%.