Pelo menos oito pessoas foram infectadas pelo Aedes aegypti no Setor de Oficinas de Taguatinga. Por toda a área, carros velhos e carcaças acumulam água e favorecem a procriação do mosquito. Vigilância Ambiental promete ir ao local esta semana
Carcaças de veículos, pneus velhos e lonas repletos de larvas e mosquitos da dengue. Esse é o retrato da Área Especial 115 do Setor H Norte, em Taguatinga. A situação no local é tão crítica que, diariamente, por volta das 9h, quando o sol começa a esquentar, segundo moradores e trabalhadores da região, milhares de insetos deixam as latarias em nuvens. Por toda a área, lojas de peças automotivas acumulam carros velhos, usados, batidos e desmontados. Parte deles fica sob marquises, mas, mesmo assim, pega chuva. Outros são cobertos por lonas furadas e continuam acumulando água. Em uma das lojas, funcionários furam o assoalho dos veículos, mas é impossível olhar todos eles. A reportagem do Correio Braziliense esteve no local e ouviu pelo menos oito relatos de pessoas infectadas pelo Aedes aegypti.
Morador e comerciante da região, Ivan Natal Júnior, 30 anos, e a mãe dele, Aureni Oliveira, 56, pegaram dengue. Doentes, sobrou para o pai, Ivan Natal, 58, tomar conta dos negócios da família. Eles reclamam que a região foi “esquecida” pela Secretaria de Saúde. Segundo a família, fiscais deixaram a região há quase um ano e não há campanha de conscientização na área. “Há muito tempo, não vem ninguém botar veneno ou passar fumacê por aqui. Parte dos moradores e funcionários também não tomam os devidos cuidados. Fiquei 10 dias com dengue, e só agora comecei a melhorar. Tive muita febre e dores pelo corpo, e várias outras pessoas ficaram doentes”, disse.