São Paulo — A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP), afirmou durante o programa Roda Viva, exibido nesta segunda-feira (14), que entrará com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para sair do partido sem perder o mandato. “Para mim, não há mais espaço no PDT”, afirma.
Segundo a parlamentar, outros seis deputados também entrarão com o processo. São eles: Flávio Nogueira, Marlon Santos e Gil Cutrin, também do PDT, e Rodrigo Coelho, Jefferson Campos e Felipe Rigoni, do PSB. “As ações são individuais, mas a gente tomou essa decisão”, explica.
Tabata reclamou do fato de o partido não ter tomado uma decisão concreta sobre sua expulsão. “No meu caso, o PDT, quando decidiu me suspender depois da votação da reforma da Previdência, disse que teria dois meses para me julgar. Isso faz três meses. O PDT deixou de ser meu partido”, justifica.
A parlamentar também contou que propostas de sua autoria para o partido foram abandonadas, como a construção de um Código de Ética para o PDT. “Eu não atuo mais como vice-líder, os projetos que eu tinha em São Paulo foram cancelados.”
Tabata disse ainda não saber para qual partido vai. “Não sentei para falar com nenhum partido e tinha esperança de resolver essa situação, mas duas coisas são importantes: quero um partido que entenda minha visão de mundo e que me dê liberdade para fazer o que eu fazia dentro do PDT”, conta.
“Quero fazer uma conversa com todos os partidos para entender onde posso construir essa boa política”, afirma.
A deputada disse que se define como de “centro-esquerda”. “A gente quer ajudar a construir as pautas estruturais do país, como as reformas, mas a gente entende que as pautas sociais são importantes”, diz. Em seguida, Tabata afirma que “não é possível que não exista um partido menos extremista”.
Em outro momento do programa, a parlamentar comenta que, no dia da votação da reforma da Previdência, ligou para Ciro Gomes para falar sobre seu voto favorável às mudanças.
“Ele sabia do meu voto. Em nenhum momento fiz algo diferente do que falei que faria. Tem entrevista, tem vídeo, tem artigo em que eu dizia que vamos votar a reforma e que não concordava com alguns pontos — e eles mudaram”, afirma. “O PDT acompanhou todo esse processo.”
Quando perguntada sobre o caso em que teria pagado R$ 23 mil ao então namorado por 50 dias de trabalho, Amaral disse que a notícia não passa de uma “série de mentiras”. “Não paguei um salário, o que ele prestou foi um serviço”, explica.
Irmã Dulce “empreendedora”
No último domingo (13), a parlamentar publicou em seu perfil no Twitter que sentia orgulho da Irmã Dulce, canonizada como Santa Dulce dos Pobres. Em um trecho da publicação, Tabata define a santa como “empreendedora”.
O comentário gerou revolta nas redes sociais e o nome da deputada foi um dos assuntos mais comentados no fim de semana. “Dulce era baiana e, com seu empreendedorismo e fé, deu atendimento de saúde a milhares de brasileiros”, tuitou.
Nesta segunda-feira (14), a parlamentar voltou ao Twitter para se explicar. “Considero que ela teve um espírito empreendedor, mão na massa, o que aumenta minha admiração pelo trabalho caridoso que ela desenvolveu com tanto amor e dedicação. Pra mim só mostra o quão incrível e visionária ela era em sua bondade”, escreveu.
A publicação teve 3,1 mil respostas. Na entrevista para o Roda Viva, ela também defendeu sua opinião. “É muito engraçado porque o site oficial dela usa a palavra empreendedora e eu não entendi a repercussão”, diz. “Para mim, ela é meu maior exemplo.”
Me enche de orgulho que a Irmã Dulce tenha sido a primeira brasileira a ser canonizada. Santa Dulce dos Pobres era baiana e, com seu empreendedorismo e fé, deu atendimento de saúde a milhares de brasileiros. Nunca deixou que sua própria saúde frágil a impedisse de se doar. pic.twitter.com/OIxIVHKv6n
— Tabata Amaral (@tabataamaralsp) October 13, 2019