a técnica desenvolvida no Distrito Federal para tratamento de complicações da catarata recebeu um prêmio nacional e outro nos Estados Unidos. O procedimento consiste em usar lasers para retirar lentes defeituosas colocadas no globo ocular de quem tem catarata. Até então, o trabalho era manual e envolvia uso de pinças e microtesouras durante a cirurgia. A lente intraocular é utilizada para devolver a visão de quem sofre da doença.
A razão desse problema ainda é desconhecida. “É menos de 1% de chance [de ocorrer]. Mas quando acontece, o paciente sofre”, afirmou o oftalmologista nascido nos EUA e naturalizado brasileiro neste ano.
“O que conseguimos fazer é remover a lente defeituosa com corte mínimo. Como essa lente pode ser um pouco dura e grossa, é preciso ter habilidade para tirar. Você termina tendo que manipular mais, até porque o olho do paciente mexe. Com o laser, praticamente sem encostar no olho, a gente consegue fazer esses cortes”, explicou.
De acordo com o oftalmologista, a técnica é menos agressiva para o paciente. “A recuperação depois é mais rápida. Em vez de dez dias, cai dois. A inflamação também é menor. E principalmente, isso pode ser feito por qualquer cirurgião porque com laser é muito mais fácil”, disse.
Radicado em Brasília desde 2009, Lake começou a fazer os primeiros testes em agosto do ano passado quando constatou que além do “olho natural” com catarata, o laser também conseguia quebrar a lente. A primeira cirurgia do tipo veio no mês seguinte.
O primeiro prêmio veio em maio, pela Sociedade Americana de Catarata e Cirurgia Refrativa. Em junho, a sociedade brasileira concedeu R$ 7 mil pela descoberta. “O laser é usado há três anos no Brasil e seis anos lá fora. Ele é muito versátil na medicina. Com certeza, foi um avanço.”
Catarata
A catarata é a perda da transparência do cristalino, lente natural situada atrás da íris. Ela causa visão embaçada, dupla ou com falta de nitidez. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença é responsável por 47,8% dos casos de cegueira no mundo. Idosos são os principais afetados.
Histórico familiar pode influenciar o surgimento da catarata. A cirurgia é indicada quando a condição passa a atrapalhar as atividades diárias da pessoa. O maior risco da cirurgia é a infecção bacteriana, não necessariamente durante o procedimento, mas sim no decorrer do pós-operatório. Caso o paciente sinta dor é preciso voltar ao oftalmologista.