“Nosso governo devolveu ao Brasil o caminho do desenvolvimento e desse caminho não nos afastaremos”, afirmou o presidente
O presidente Michel Temer procurou minimizar a crise política que seu governo atravessa desde a divulgação da delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, e disse para uma plateia de empresários reunidos em São Paulo, que não pretende deixar o governo, apesar de mais de uma dezena de pedidos de impeachment pipocando na Câmara dos Deputados.
“Nosso governo devolveu ao Brasil o caminho do desenvolvimento e desse caminho não nos afastaremos”, afirmou ele, acrescentando que não pretende permitir o avanço de movimentos populistas. “Não permitiremos colocarem em risco o presente e o futuro dos brasileiros”, emendou.
Na avaliação de Temer, o país está enfrentando as crises e vai sobreviver, ao momento turbulento atual. “O Brasil é inquebrantável”, resumiu ele, dando sinais de que não pretende deixar o governo. Nesse sentido, disse que duas palavras fundamentais de sua gestão serão o equilíbrio das contas públicas e o diálogo.
Ao falar de economia, o presidente destacou a queda da inflação abaixo da meta, de 4,5% ao ano e que isso ajudará na
continuidade da queda dos juros.
O presidente participou da abertura do Brazil Investment Forum (BIF), evento organizado pelo governo brasileiro em parceria com o Banco Interamericano de Investimento (BID) e que termina amanhã (31), em São Paulo.
Na noite da véspera, antes do jantar de inauguração do evento, Temer esteve reunido com o ex-presidente do Fernando Henrique Cardoso e com o presidente do PSDB, Tasso Jeriassatti, por 90 minutos.
Forum
De acordo com os organizadores do BIF, foram inscritos 1.409 executivos de 41 países para os dois dias do fórum. Eles informaram que 68% dos participantes têm cargos estratégicos como CEOS, presidentes e vice-presidentes.
Na abertura do fórum, o prefeito de São Paulo, João Dória Jr. (PSDB) demonstrou otimismo em relação à recuperação do
país, apesar da crise, e pediu aos empresários presentes que continuem investindo porque o Brasil vai superar o momento turbulento atual. “Passamos por todas as crises e superamos todas elas, inclusive, as mais graves. E esperamos ter uma ampla e positiva discussão sobre a economia brasileira”, afirmou. “Mantenham as esperanças e preservem os investimentos. Os líderes verdadeiros não esmorecem e, em situação de crise, é que se mostra a verdadeira liderança”, afirmou.
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, destacou que o momento atual é o ideal para investir no país porque ele vai
começar a crescer. “Vamos mostrar um universo de oportunidades”, disse.
Alberto Moreno, presidente do BID, defendeu a reforma da Previdência e também sobre a reforma trabalhista como forma de aumentar a competitividade. “E o país está tentando fazer essas reformas no meio de uma crise política, o que é muito difícil”, afirmou ele, ressaltando que outros países da região atravessam por momentos de mudanças. “Não sei quando concluirá, mas tenho certeza, que o país sairá fortalecido de todo esse processo”, afirmou ele, elogiando o fato de amo Brasil, apesar de atravessar dois anos de recessão, continua sendo a maior economia América Latina e continua atraindo investimentos estrangeiros. “O Brasil é um país que tem tudo para triunfar”, disse.
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, defendeu a reforma trabalhista com o intuito de retirar o país da
liderança dos litígios trabalhistas, que afastam os investidores. “São 40 milhões de ações trabalhistas para 30 milhões de empregados, o dobro da média dos países da OCDE”, criticou. Na avaliação do ministro, o cenário é de “difícil navegação” e reforçou que esse cenário atual é de turbulência política, mas não institucional. “As instituições prevalecem”, pontuou. Ele destacou que a prioridade no lado comercial da estratégia internacional é o Mercosul e reiterou que o acordo de livre comércio do bloco com a União Europeia “está avançando”.