Os critérios para a escolha do presidenciável da terceira via dividem os partidos que formam o grupo. Ainda não há um consenso sobre o que, afinal, será determinante na definição do candidato único.
Para a pré-candidata do MDB, Simone Tebet, o critério para definir o nome da terceira via deveria ser o índice de rejeição.
“Os critérios vão ser muito bem escolhidos pelos presidentes de partido. Eu dei uma procuração para o presidente Baleia Rossi decidir por nós quais são os melhores critérios. Não é possível ter crescimento quando tem um índice de rejeição muito alto. Isso é claro, não sou eu que digo, é a ciência da política que o faz”, disse Tebet.
De acordo com a última pesquisa eleitoral Quaest, Simone Tebet tem 15% de rejeição. Nesse critério, João Doria, do PSDB, estaria descartado como representante da aliança, já que o tucano tem o maior índice: 63% dos eleitores dizem que não votariam nele. Além da rejeição, Doria enfrenta outro problema, a resistência no próprio partido.
Apesar de já ter dado garantias de que o ex-governador de São Paulo seria o nome tucano na corrida ao Planalto, nesta semana o presidente da legenda, Bruno Araújo, admitiu publicamente que o pacto entre os partidos da terceira vai prevalecer sobre as prévias tucanas vencidas por Doria no ano passado, o que abre novamente o caminho para Eduardo Leite se apresentar à disputa.
O partido União Brasil, por sua vez, indicou o nome de Luciano Bivar como pré-candidato ao Planalto, tirando de vez a possibilidade de o ex-juiz Sergio Moro se candidatar.
“É um conjunto de políticos e parlamentares sem nenhum tipo de liderança que os conduza, e sem nenhum tipo de projeto político que de certa forma debata os problemas do país. Então, a terceira via, se depender do que está sendo colocado aí, dificilmente vai decolar”, avaliou o cientista político da Fundação Getulio Vargas (FGV) Marco Antonio Teixeira.
Enquanto os partidos não entram em acordo sobre a chapa da terceira via, o tempo passa. O União Brasil, o MDB, o PSDB e o Cidadania anunciaram que pretendem lançar um nome de consenso no dia 18 de maio. As intenções de votos e resultados nas últimas eleições são duas das balizas colocadas pelo grupo, mas ainda não há consenso.
Além da rejeição, como sugeriu Simone Tebet, as siglas analisam como outro critério objetivo o tamanho da bancada do partido na Câmara. Sem uma definição clara, especialistas indicam que critérios políticos –e, portanto, subjetivos– devem ser determinantes, avalia Teixeira.
“A gente está falando em terceira via desde o ano passado e não vemos até o presente momento nenhuma concretude que possa dizer ‘olha, a terceira via está surgindo’. De outro lado, o tempo é um elemento crucial na política. Quanto mais próximos nós chegarmos da eleição e menos esse nome estiver, menos viável ele vai ser”, disse.
Fonte: CNN Brasil