O Metrô do Distrito Federal e funcionários da companhia não chegaram a um acordo durante aaudiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) sobre a greve da categoria, realizada na tarde desta sexta-feira (11). Segundo o tribunal, o sindicato deve entregar a defesa do dissídio em 24 horas. Depois disso, o caso será levado para o Ministério Público do Trabalho e em seguida volta ao TRT para ser analisado e julgado nas próximas semanas.
A diretora do Sindicato dos Metroviários do DF Tânia Viana afirma que os trabalhadores farão uma assembleia no próximo domingo (13) para decidir se aceitam a nova proposta do Metrô. A tendência é que a greve seja mantida a partir de segunda-feira (14).
“As principais reivindicações em relação à segurança dos empregados e dos usuários ficaram fora da pauta. Temos colegas que estão trabalhando nove horas e meia, sem refeição e em seis dias por semana, fazendo movimento repetitivo”, diz Tânia.
O sindicato pedia redução de carga horário de 8 para 6 horas. O Metrô não aceitou.
Entre as propostas da empresa estavam a reposição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que foi de 5% no ano passado, mais 1,5% sobre salários e benefícios, 110 bilhetes de quebra de caixa, implementação de previdência complementar a partir de janeiro de 2015 e correção de distorções salariais no período de 2005 a 2009.
A greve teve início à meia-noite do último dia 4. Segundo o secretário de Relações Intersindicais do Sindicato dos Metroviários do DF (SindiMetrô-DF), Dione Aguiar, a companhia interrompeu as negociações e negou quase todos os pedidos da categoria.
O Sindicato dos Metroviários reivindicava correção das distorções salariais do plano de carreira, redução da jornada de trabalho para seis horas, reajuste salarial de 10%, previdência complementar e aumento da quebra de caixa da bilheteria.
Na última quarta-feira (9), empresa e empregados participaram de outra audiência, também no TRT. Na ocasião, os metroviários aceitaram suspender a greve até a reunião desta sexta-feira. No fim de semana, o sistema vai operar sem alteração no efetivo.
Na segunda (7), a companhia entrou com uma ação pedindo para que o TRT julgue abusiva a paralisação, afirmando que não há argumentos que justifiquem o ato, pois todos os acordos coletivos estão sendo cumpridos.
Na ação, a companhia solicitou que 100% dos empregados trabalhem nos horários de pico e 80% dos funcionários atuem nos outros períodos. Desde o início da greve, 30% do quadro estão em serviço.
De acordo com o sindicato, o sistema conta hoje com 1.080 funcionários sendo 600 do setor operacional. Ao todo, 160 mil pessoas utilizam diariamente este tipo de transporte.
Antes da greve, o Metrô divulgou um plano para minimizar os transtornos à população. Dez estações foram fechadas para embarque e sete trens rodam nos horários de pico.
A empresa informou que todas as 24 estações ficaram abertas para desembarque de passageiros nos dias de paralisação. O horário de funcionamento permaneceu entre 6h e 23h30, de segunda a sábado, e de 7h a 19h, aos domingos e feriados. O Metrô diz que solicitou ao DFTrans reforço da frota de ônibus.
As estações fechadas para embarque são 102 Sul, 108 Sul, 112 Sul e Asa Sul, no Plano Piloto, Feira, no Guará, Concessionárias, em Águas Claras, Centro Metropolitano e Taguatinga Sul, em Taguatinga, Guariroba, em Ceilândia, e Samambaia Sul, em Samambaia.
Fonte: G1