Tite revelou em entrevista ao jornal inglês The Guardian que recebeu contatos de Real Madrid, Paris Saint-Germain e Sporting enquanto esteve no comando da seleção brasileira nos últimos anos. O treinador disse que todas as tentativas dos clubes europeus foram rechaçadas porque ele queria focar no seu trabalho na seleção brasileira.
“Sim, (recebi propostas de) Real Madrid e Sporting. O que eu gosto é quando um clube europeu tem interesse em um profissional, há uma conversa para explicar o que eles precisam. Isso é muito legal. Houve um outro clube que quis falar comigo e eu disse não: o PSG (em 2018). Não quero abrir a possibilidade de algo. Eu quero focar no meu trabalho. Depois, é outra história”, contou.
“Na Copa do Mundo (antes da ediçaõ de 2018), eles (Real Madrid) disseram que queriam conversar e eu disse não, não vou falar, não chegue perto. Quero estar em paz comigo e com o meu trabalho. Estou dando o meu melhor. Quando você faz algo em paralelo, isso não está sendo feito ao máximo. Recebi ofertas do Real Madrid, PSG e Sporting. Mas eu não queria isso. Eu quero ganhar a Copa do Mundo. Depois da Copa do Mundo, vou decidir meu futuro”.
O treinador também disse que não deve voltar ao futebol brasileiro após a disputa da Copa do Mundo e planeja entrar no mercado europeu após um ano sabático para curtir a família. “Se você ganhar a Copa do Mundo, você tem um mercado aberto. Você pode escolher. Não vou mentir: minha ideia definitivamente não é trabalhar no Brasil. Eu quero passar um ano sabático com a minha família, estudar, não ter nenhuma responsabilidade porque ela é muito grande. Se chegar algo de fora, vai acontecer. Agora tenho a responsabilidade e o prazer de ser técnico da seleção brasileira”.
Tite, que já anunciou sua despedida da seleção brasileira após a Copa do Mundo deste ano, também citou números do seu trabalho no comando da seleção brasileira, como as duas finais da Copa América, com o título em 2019 e o vice no ano passado, além da campanha recordista de pontos nas Eliminatórias Sul-Americanas para o Mundial. O objetivo final, claro, é o Mundial do Catar.
“Chegamos à Copa do Mundo. Agora é hora de chegar à final e ser campeão. Essa é a verdade. Na última Copa, eu fui técnico por outras circunstâncias (demissão de Dunga). Agora tive a oportunidade de fazer o ciclo completo de quatro anos. As expectativas são altas, mas o foco está no trabalho”.
Questionado se Neymar continua sendo o principal jogador da seleção brasileira ou se chegou o momento de Vinícius Júnior, Tite voltou a mostrar confiança no astro do PSG e explicar sua importância para os jovens jogadores. “Neymar é Neymar. Ele continua sendo nossa maior estrela. A diferença agora é que esse brilho está diluído entre outras que também podem brilhar. A grandeza de Neymar é que ele entende isso sobre o crescimento destes jovens. Ele encoraja os meninos a subir de nível. O tempo e a experiência proporcionam essa maturidade”.
Por The Guardian / Correio Braziliense