Os rodoviários das empresas que ficaram de fora da licitação tomam as últimas medidas para manter os empregos e receber os direitos trabalhistas. No fim da tarde de ontem, cerca de 300 funcionários usaram os ônibus para fazer uma carreata até a sede do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), no Eixo Monumental. O protesto era para mostrar a insatisfação da categoria com a ação de inconstitucionalidade impetrada pelo MPDFT e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra a lei que previa o pagamento das dívidas trabalhistas pelo Executivo (leia Entenda o caso). Hoje, mais 300 empregados se reunirão na porta do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) para pressionar os desembargadores do Conselho Especial responsáveis por julgar a questão.
Os ônibus saíram da L4 Norte e do Setor de Garagens e seguiram para o Eixo Monumental por volta das 17h. Parte dos veículos parou antes, em frente à sede da OAB-DF, na 511 Norte. Ao chegarem ao prédio do MPDFT, fez-se uma fila de veículos entre o Memorial JK e a entrada do Parque da Cidade. Quem depende do transporte público precisou passar a barreira e pegar os ônibus no Eixo Monumental. Por volta das 18h, os rodoviários voltaram ao trabalho. O trânsito ficou lento no local por cerca de 15 minutos.
O Sindicato dos Rodoviários do DF faz pressão pela legalidade porque, segundo a categoria, sem a regularização dos direitos trabalhistas, eles não conseguem emprego nas empresas vencedoras da concorrência. “As novas concessionárias temem que as dívidas que as empresas antigas têm conosco sejam repassadas a elas. Por isso, elas estão preferindo contratar outras pessoas”, afirma o presidente da entidade, João Osório.
Por enquanto, os 11 mil rodoviários de diversas empresas trabalham com contrato temporário, uma vez que o aviso prévio venceu. “Fico preocupado porque, se eu sofrer um acidente ou o ônibus for roubado, eu não estou segurado, não terei direito a nada”, reclama Odair Emerick, 58 anos, há 21 anos rodoviário.