O trio de jovens cantores do Il Volo se apresenta nesta quinta-feira (17/10), em Brasília, para provar que a ópera pode ser popular, e ter apelo pop. “Gostamos de pensar que sim. Esse é exatamente o nosso objetivo de trazer aos jovens uma música diferente para abordar”, explica o tenor Piero Barone, que integra o grupo vocal italiano ao lado do tenor Ignazio Boschetto e do barítono Gianluca Ginoble.
Nesta noite, eles se apresentam no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, acompanhados pela Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, com a turnê
Musica, que divulga o disco mais recente, lançado este ano, e comemora uma década de carreira do grupo. A turnê passou por países da Europa, Ásia, América do Norte e América Latina e inicia em Brasília a agenda no Brasil, que passará ainda por Curitiba, Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. A turnê do álbum segue até 2020.
No show, músicas autorais como Vicinissimo e Musica Che Resta dividem espaço com clássicos do cancioneiro popular mundial como a napolitana O sole mio, a panamenha Historia de un amor, e a americana My way. Os três cantores renovam a tradição de grandes cantores potentes como Luciano Pavaroti, Andrea Bocelli e Sarah Brightman, que alcançaram fama ao mesclar canções populares contemporâneas ao gênero clássico.
O fenômeno é geralmente chamado de “ópera pop”, em cujo balaio se encaixa até o Freddie Mercury, mas o pessoal do Il Volo acha outro termo mais adequado: “Preferimos o termo ‘crossover’, que representa exatamente o que cantamos: um estilo que é uma ponte entre o clássico/ ópera e o melódico contemporâneo”, define Piero, “Ouvimos todo tipo de música, mas preferimos manter nosso próprio estilo de cantar”, complementa.
Uma década
Criado em 2009, o Il Volo surgiu da união de três participantes de um show de talentos Ti lascio una canzone, do canal de tevê italiano RAI 1. Reunidos por um produtor visionário, que já havia conduzido outros grandes cantores ao estrelato, interpretaram juntos a canção O sole mio e não se separaram mais. Em 2010, lançaram o primeiro álbum, pela gravadora americana Geffen Records, atingiram o top 10 nas paradas americanas e ganharam disco de ouro na Itália.
Em 10 anos de carreira e vários álbuns depois, o grupo coleciona momentos marcantes, como a participação na gravação beneficente We are the world for Haiti, ao lado de nomes como Celine Dion, Bono, Lady Gaga, Carlos Santana, Enrique Iglesias, Usher e Natalie Cole, a turnê com Barbra Streissand e um show em homenagem aos Três Tenores — Luciano Pavarotti, Jose Carreras e Placido Domingos, com participação deste último. Para eles, um momento único, já que o jovem trio é bastante fã dos veteranos, e a história toda começou com eles reverenciando os ídolos.
O trio passou pelo Brasil em turnês anteriores e gostou da reação do público brasileiro. “Amamos o público brasileiro. Eles são muito calorosos e, ao mesmo tempo, muito acolhedores”, elogia o tenor Piero.