Um dia após a turbulência provocada pela guerra de preços do petróleo entre Rússia e Arábia Saudita, os mercados mostraram recuperação nesta terça-feira (10). No Brasil, a Bovespa recuperou parte das perdas e subiu 7,14%. O dólar fechou em queda e voltou a ficar abaixo de R$ 4,70.
As bolsas dos Estados Unidos também fecharam em alta nesta terça-feira (10), com esperanças de medidas de estímulo para evitar uma recessão global. Com a expectativa melhor, os preços do petróleo, que haviam tombado na segunda-feira, também se recuperaram.
Veja os principais destaques do dia:
- Barril do petróleo Brent: fechou em alta de 8,32%, a US$ 37,22
- Barril do petróleo WTI: alta de 10,37%, a US$ 34,36
- Dólar: fechou em queda de 1,77%, a R$ 4,6447
- Bovespa: fechou em alta de 7,14%, a 92.214 pontos
- Ação da Petrobras: alta de 9,41% (preferenciais), 8,51% (ordinárias)
- Ação da Vale: alta de 18,45%
- Bolsa de Frankfurt: fechou em queda de 1,41%
- Bolsa de Paris: fechou em queda de 1,51%
- Bolsa de Londres: fechou em queda de 0,09%
- Bolsa de Tóquio: fechou em alta de 0,85%
- Bolsa de Xangai: fechou em alta de 1,82%
- Entenda a alta das bolsas nesta terça-feira
Veja os últimos destaques
- Segundo a agência Reuters, os investidores avaliam que os países podem disparar possíveis estímulos econômicos diante da crise
- O dia é de expectativas de que ainda seja possível que a Rússia e os países da Opep voltem às negociações para evitar a guerra de preços
- Na noite de segunda-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que tomará importantes medidas para proteger a economia dos EUA
- Segundo a Casa Branca, Trump conversou nesta terça com o príncipe saudita. Os dois teriam discutido sobre os mercados globais de energia, entre outros assuntos
- Por meio de uma rede social, o presidente dos EUA também pressionou o Federal Reserve (o BC local) a cortar os juros e a implementar medidas de estímulo à economia
- O governo do Japão informou que planeja gastar mais de US$ 4 bilhões em um segundo pacote de ações para lidar com o vírus – o que pode ajudar a conter a desaceleração econômica
Cronologia da crise do petróleo
- A epidemia de coronavírus reduziu as expectativas de crescimento econômico global e a estimativas de demanda mundial pelo petróleo, fazendo recuar o preço da commodity. Empresas passaram a consumir menos energia, o número de voos de aviões se reduziu e a indústria chinesa enfrenta dificuldades.
- Como forma de estabilizar os preços, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), grupo dos maiores produtores da commodity, que inclui a Arábia Saudita, propôs ampliar os cortes na produção – com a redução da oferta, os preços tendem a subir.
- A Arábia Saudita, no entanto, condicionou o corte à colaboração da Rússia, um dos maiores produtores mundiais. O país não faz parte da Opep, mas há três anos é um aliado, sendo parte do que ficou conhecido como Opep+.
- Na sexta-feira (6), a Rússia se negou a cortar sua produção. Em resposta, a Opep removeu todos os seus próprios limites de bombeamento. Com isso, o petróleo Brent sofreu sua maior queda diária em mais de 11 anos.
- No final de semana, a Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, retaliou a decisão russa, decidiu adotar o maior corte dos preços do barril em 20 anos e anunciou que iria aumentar a produção para ganhar participação no mercado.
- A decisão deu início a uma guerra de preços, que afetou as cotações globais e teve repercussões em todo o mundo.
- Os Estados Unidos podem ser particularmente afetados – não só por serem os maiores consumidores de petróleo, mas porque uma queda acentuada nos preços do petróleo torna pouco competitivo o óleo extraído no país – especialmente o produzido a partir do gás de xisto, cujos custos são altos.
- Em mais uma jogada do xadrez dos preços, o Ministério de Finanças da Rússia afirmou nesta segunda que o país poderia suportar preços do petróleo de entre US$ 25 e US$ 30 o barril por um período de entre seis e dez anos.