A umidade que sai da região amazônica e as frentes frias do Sul do país estão entre as principais causas do aumento da incidência de raios no Brasil neste ano de 2022. Só em janeiro, se formaram mais de 16 milhões de raios. Neste século, a média de mortes a cada ano no país foi de 110, informa o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Entre os anos de 2000 a 2019, foram registradas 2.194 mortes provocadas por raios no Brasil, segundo o Grupo de Atividade Atmosférica (Elat) vinculado ao Inpe. Entre os estados com mais mortes, o Amazonas registrou, 133, enquanto no Pará foram 162. O estado com maior incidência de raios naquele ano foi São Paulo, com 327.
De acordo com o Inpe, de cada 50 mortes por raio no mundo, uma é no Brasil. Em 2021, foram contabilizadas 66 milhões de descargas elétricas no país, que tem a maior incidência de raios de todo o mundo, chegando a alcançar o registro de mais de 78 milhões desse fenômeno atmosférico.
Os homens representam a maior parte dos casos (82%), enquanto as mulheres representam 18% dos óbitos. Dentre as vítimas, 26% estavam na área rural, 21% dentro de casa, 9% dentro de água ou próximo e 9% abrigados em árvores.
Pela análise do Inpe, os raios estão cada vez mais frequentes devido tanto à umidade que sai da Amazônia, quanto às frentes frias que ocorrem no Sul, além de montanhas e temperaturas altas.
Osmar Pinto Júnior, que trabalha no instituto, é no período de verão que os raios mais acontecem, isso porque quanto mais quente fica o ar, mais leve ele se torna, subindo mais rápido para a atmosfera.
“O ar quente se encontra com temperaturas mais frias, formando gotículas de água, que se transformam em partículas de gelo que se chocam dentro das nuvens, gerando a eletricidade. Só em janeiro, se formaram mais de 16 milhões de raios”.
Os pesquisadores já indicam que nos próximos anos essa quantidade de raios deve aumentar no nosso país. Com mais descargas elétricas caindo, por exemplo, perto das casas e nas linhas de transmissão, a população e os serviços de energia ficam mais vulneráveis.
A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), informa que o setor tem investido em tecnologia para evitar interrupções.
De acordo com representante da entidade, é importante a presença cada vez maior de redes protegidas e isoladas que reduzem as possibilidades de ocorrências. Cada vez mais para-raios mais modernos podem filtrar a incidência de descargas atmosféricas e que afetam esse sistema.
Cuidados
Para evitar acidentes com relâmpagos as seguintes regras de proteção pessoal devem ser seguidas, segundo o Elat: Se possível, não saia para a rua ou não permaneça na rua durante as tempestades, a não ser que seja absolutamente necessário. Nestes casos, procure abrigo nos seguintes lugares: os carros não conversíveis, ônibus ou outros veículos metálicos não conversíveis; em moradias ou prédios, de preferência que possuam proteção contra raios; em abrigos subterrâneos, tais como metrôs ou túneis, em grandes construções com estruturas metálicas, ou em barcos ou navios metálicos fechados.
Se estiver dentro de casa, evite usar telefone com fio ou celular ligado à rede elétrica (utilize telefones sem fio); ficar próximo de tomadas e canos, janelas e portas metálicas; tocar em qualquer equipamento elétrico ligado à rede elétrica.
Se estiver na rua, evite segurar objetos metálicos longos, tais como varas de pesca e tripés; empinar pipas e aeromodelos com fio.
Se você estiver em um local sem um abrigo próximo e sentir que seus pelos estão arrepiados, ou que sua pele começou a coçar, fique atento, pois isto pode indicar a proximidade de um raio que está prestes a cair. Neste caso, ajoelhe-se e curve-se para frente, colocando suas mãos nos joelhos e sua cabeça entre eles. Não fique deitado, orientam os especialistas do Elat.
Fonte: Portal do Holanda