Terminou ontem sábado (4) a aplicação da primeira dose da vacina contra o vírus papiloma humano (HPV), principal causador de câncer de colo de útero, em estudantes entre 11 e 13 anos no Distrito Federal. Equipes irão a quatro escolas do Gama para realizar a imunização. De acordo com a Secretaria de Saúde, 55.288 adolescentes foram vacinadas até esta sexta. O número representa 84,85% da meta – 65 mil.
O lançamento da campanha aconteceu no dia 8 de março, no Centro de Ensino Fundamental 01, na Estrutural, mas a imunização só começou efetivamente no dia 1º de abril. A faixa etária foi escolhida com base em pesquisas feitas pela secretaria que mostram a época como ideal, por ser anterior ao início da vida sexual.De acordo com a pasta, garotas que faltaram no dia da vacinação devem procurar a direção da escola, onde receberão autorização para irem a um posto de saúde receber a dose. A aplicação depende ainda da autorização dos pais.Além disso, as alunas devem receber mais duas doses para garantir a efetividade da vacina. A segunda etapa da campanha ocorrerá entre os dias 3 e 28 de junho. Já a terceira está prevista para entre 30 de setembro e 1º de novembro.
O término da campanha foi prorrogado em uma semana. As razões para a extensão do prazo não foram oficialmente explicas pela secretaria. A partir de 2014, a vacinação será exclusiva para meninas de 11 anos.
Segundo o secretário-adjunto de Saúde, Elias Miziara, as doses tiveram custo individual estimado em R$ 72,50. A pasta informou que a campanha deve custar até R$ 13 milhões para o governo.
Em setembro do ano passado, a Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou um projeto de lei que propõe que o Sistema Único de Saúde (SUS) ofereça a aplicação da vacina a meninas entre 9 e 13 anos. A proposta ainda será analisada pela Câmara dos Deputados.Também segundo o secretário-adjunto, há mais de 120 variantes do vírus, mas apenas 15 deles estão relacionados ao desenvolvimento de câncer de colo de útero. A vacina pretendida pelo GDF age contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros não estão relacionados à doença. Já os últimos correspondem a 80% dos casos.Miziara disse que 90 mulheres morrem todos os anos no DF vítimas desse tipo de câncer. O tipo é o quarto no ranking de mortes por câncer em mulheres em Brasília.“É uma taxa muito alta. Esse índice é um absurdo. É um câncer 100% prevenível e que demora anos para desenvolver. É sinal de falha nos programas, no sistema de saúde como um todo, seja rede pública ou privada. E é uma doença cruel, não democrática, porque atinge a mulher pobre, que não tem informação da importância da prevenção”, afirmou.
A vacina foi desenvolvido há dez anos e é usado em países como Inglaterra, Austrália, Holanda e Espanha. Na rede privada, a vacina quadrivalente custa cerca de R$ 1,2 mil. Segundo pesquisas, a eficácia das doses fica na casa dos 90% após oito anos.