A venda de carros novos em Brasília despencou, no mês passado, em ritmo quase três vezes superior à queda média registrada no país. O resultado de setembro foi o pior para o mês em 10 anos: foram comercializados 6.260 automóveis, a soma mais baixa desde 2006.
A redução de 11,05% em relação a agosto, contra o recuo de 3,46% no cenário nacional, é mais uma estatística negativa de um mercado que não consegue apresentar qualquer perspectiva de melhora.
Na comparação com igual período de 2014, o total de carros vendidos na Capital Federal diminuiu 29,3%, segundo os dados divulgados pelo Sincodiv-DF (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos Autorizados do DF).
DEMISSÕES – Desde janeiro último, pelo menos 10 pontos de venda fecharam as portas em todo o Distrito Federal, incluindo revendedoras de marcas importadas. Cerca de 2,3 mil funcionários do segmento já foram demitidos este ano, o equivalente a 15% do quadro total.
Os números são emblemáticos: até 2013, uma concessionária de médio porte chegava a contabilizar 60 automóveis comercializados em um sábado normal de trabalho. No ano passado, a curva começou a virar. Hoje, nos fins de semana considerados de melhor movimento, são vendidos 15 carros, quatro vezes menos.
Os brasilienses, historicamente, tinham o costume de trocar de carro a cada três anos, em média. A estabilidade e os altos salários do funcionalismo davam fôlego ao mercado de automóveis. Agora, com a crise corroendo o poder de compra das famílias, até os mais estáveis dos clientes decidiram adiar a troca ou migraram para o mercado de usados.