NÃO FOI O GP DO CANADÁ que todos esperavam. Não houve entrada do safety-car, nenhum incidente no Muro dos Campeões, zero de disputas intensas pela vitória, nada, nada, nada. Um GP do Canadá sem a cara do GP do Canadá foi o que aconteceu no último domingo (9), em Montreal. Nem mesmo a matreira chuva que apareceu na sexta e sábado deu as caras ontem na belíssima cidade do Quebec. Definitivamente, foi uma corrida atípica, até um tanto enfadonha, e que reservou uma notícia triste demais horas depois, quando foi confirmada a morte de um comissário de pista que foi atropelado por um trator que resgatava o carro de Esteban Gutiérrez.
Victor Martins, editor-executivo do GRANDE PRÊMIO, fez sua análise sobre o GP do Canadá. “Tirando o fato dos paredões que Alonso teve de atravessar para chegar em Vettel, foi tudo ao contrário. O GP do Canadá de hoje foi atípico: nenhum acidente, nada de safety-car e sem uma disputa propriamente dita pelo primeiro lugar, do qual o alemão não saiu nenhum segundo. Como faz sempre quando larga na frente, Seb impôs um ritmo forte nas primeiras voltas para evitar qualquer ataque assim que o DRS fosse permitido, e foi abrindo e abrindo a vida em cima das Mercedes, de Webber e do espanhol, que demorou a atacar”, comentou.
Martins destacou também a boa performance da Mercedes, que também não sofreu com os pneus e finalmente mostrou um ritmo de corrida bastante decente. “Nico Rosberg só foi superado na metade do segundo trecho da prova tanto por Webber quanto por Alonso, e Hamilton só foi perder o segundo lugar para Fernando nas últimas voltas. Sim, terceiro e quinto para esta equipe que consumia pneus como um camelo ruminante é excelente.”
Para o jornalista, Vettel está caminhando cada vez mais firme para igualar o ‘Professor’ Alain Prost e alcançar o tetracampeonato. Para virar o jogo e conquistar seu primeiro título pela Ferrari, Alonso terá muito trabalho pela frente.
“A Red Bull dominou, fato, mas estes 36 pontos que Vettel tem de vantagem para Alonso parecem até irreais pela temporada dos dois. Fato é que o alemão vai se aproveitando, fruto de sua capacidade absurda e sua constância de aproveitar cada oportunidade. E considerando que, depois das férias da F1, ninguém vai ligar para atualizações nos carros e tal, a gordura que Seb vai abrindo é imprescindível. Que a Ferrari melhore muito na classificação e que a Lotus não seja tão oscilante. Porque o jovem já está limpando o caminho para o tetra seja conquistado com calma tão inesperada quanto esta corrida mediana em Montreal”, finalizou.