Um casal é suspeito de agredir verbal e fisicamente dois médicos com xingamentos, murros na cabeça e puxões de cabelo no centro de referência da covid-19, localizado no bairro Mont Serrat, no Novo Gama (GO). Em um vídeo que circula nas mídias sociais, enquanto pessoas em volta tentam conter a briga, o paciente dá tapas e socos no médico, companheiro da médica que também foi agredida. O profissional de saúde chegou à unidade para tentar apaziguar a situação.
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) notificou os dois com um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pelo crime de lesão corporal dolosa. O motivo das agressões se deu porque o homem e a mulher, moradores de Santa Maria, pediram um atestado médico por diagnóstico de covid-19, mas não apresentaram o exame com resultado positivo para a doença. O casal ainda recusou fazer um teste rápido no local.
À Polícia Civil de Goiás, um guarda municipal do Novo Gama detalhou o caso. Ele estava em outra unidade quando a equipe foi acionada para se deslocar até o posto de saúde da cidade, por conta da discussão.
O oficial chegou no posto de saúde quando a médica relatou que um dos pacientes puxou o cabelo e deu os murros na cabeça dela. “A médica falou que logo depois seu esposo, e também médico, tentou separar a agressão quando o paciente entrou na briga”, descreve a PCGO. O casal de médicos relatou que foram desacatados e agredidos fisicamente.
O guarda municipal acrescentou à PCGO que a médica chorava muito. “No momento que chegou, presenciou as agressões verbais, mas não presenciou o momento (em) que a médica foi agredida fisicamente”, diz a corporação.
Confusão
O marido da médica médica agredida detalhou a situação ao Correio. Ele afirmou à reportagem que a agressora chegou á unidade médica alegado estar com covid-19 e pedindo atendimento médico.
“Quando foi pedido o resultado do exame para emissão do atestado, ela alterou o tom de voz e se tornou ríspida. A médica atendeu mesmo assim e fez uma receita com a medicação a ser tomada na própria unidade. Insatisfeita por não ter recebido um atestado, pegou a médica pelos cabelos, jogou-a contra o chão, começou a puxar o cabelo e a bater a cabeça dela contra a parede e o chão, além de dar socos e murros”, descreveu o médico.
Segundo a vítima, ao ouvir gritos, ele e outros membros da equipe se aproximaram para tentar separar a confusão, “O marido dela começou a agredir eu e minha esposa e a impedir as pessoas de separar a agressão”, continuou, acrescentando que, com ajuda de mais pessoas, foi possível, finalmente, apartar a briga.
A médica agredida precisou ser levada ao hospital Maria Auxiliadora, no Gama, onde passou por exames. “Minha esposa ficou com traumatismo cranioencefálico, classificado como leve. Ela fez tomografia de crânio, que apontou uma lesão na região temporal direita, localizada acima do cranio. Ela ficou com muita dor muscular e precisou ser medicada”, relatou a vítima, afirmando que a esposa segue recebendo medicação em casa. “Ela continua com muita dor e muito abalada, tanto física quanto emocionalmente”, completou.
Prefeitura repudia
Em nota, a Prefeitura Municipal do Novo Gama repudia as agressões sofridas pelos profissionais de saúde. A pasta confirma que os servidores sofreram agressões verbais e corporais.
“Estamos tomando as devidas providências judiciais que estão sendo apuradas pela polícia”, adianta o órgão. “Repudiamos veementemente as agressões sofridas por nossos colaboradores, empenhados no trabalho de salvar vidas, e se solidariza com as equipes e familiares”, diz um trecho.
No texto, a prefeitura cita que os “profissionais merecem nada menos que respeito, direito garantido pela constituição (federal), para todos os profissionais e cidadãos”.
Fonte: Correio Braziliense