São aves, cobras, felinos e até a babuína famosa Capitu. Animais recebem cuidados específicos para a idade avançada.
Em Brasília, os animais da Fundação Jardim Zoológico colaboram com estudos e pesquisas de conservação, poucos, em vida livre, têm vida tão longa. O diretor de Mamíferos do Zoológico, Filipe Reis, explica a receita dessa longevidade. “Os animais idosos têm um manejo específico, observação diária, alimentação balanceada” , afirma.
A babuína Capitu, que ficou famosa por ser namoradeira, agora é integrante do tima da terceira idade. Capitu tem 26 anos e já precisa de alguns cuidados para facilitar a locomoção.
“Normalmente, o recinto dos babuínos tem muitas estruturas altas para que eles se movimentem. Para a Capitu, fizemos algumas rampas, além de estruturas um pouco mais baixas, tudo para dar conforto e facilitar a vida dela”, destaca Reis.
O Zoológico abriga também Jeniffer, um cervo-nobre fêmea de 20 anos, e Sic, uma ariranha que tem 14 anos. Além delas, há uma cutia, de 11 anos, um veado cariacu, de 14 anos, e um waterbuck, de 13 anos.
Apesar de as aves não apresentarem características de longevidade tão visíveis quanto os mamíferos, o Zoo abriga no plantel um casuar e um cisne-negro, de 15 anos; um arapapá e um guará, de 23 anos; um avestruz, de 17 anos; e um emu, de 13 anos.
Já os répteis têm idade registrada de vida em cativeiro de até 16 anos. Na fundação, existem cinco répteis com idade avançada: três cascavéis, uma jiboia e uma jararaca caiçaca, todas com idade de 17 a 19 anos. Livres na natureza, a expectativa de vida média destes animais é de 20 a 25 anos.
Referência em reprodução no cativeiro
A instituição é uma das grandes reprodutoras do país e participa de projetos mundiais de conservação para trocar informações com o objetivo de garantir diversidade genética dos animais. Entre 1982 e 2002, nasceram 57 tigres-de-bengala em Brasília.
A tigresa-de-bengala Laila, de 20 anos – o que equivale a uma senhora de 80 ou 90 anos – divide o espaço com Rabisco, companheiro da mesma espécie com 15 anos, também é considerado idoso. Esses felinos vivem em média 14 anos na natureza e estão ameaçados de extinção.
Segundo o diretor-presidente da Fundação, Gerson Norberto, os filhos gerados por Laira e Rabisco vão colaborar para a conservação da espécie. “A Laila é um dos conjuntos genéticos mais bem representados no país. Com ela, avançamos muito em questões de manejo e bem-estar”, declara.