Márcia de Alencar e Marcelo Lourenço deixam o governo; ex-subsecretário de Segurança do RJ e atual chefe do Sebrae-DF assumem cargos. Indicação do PSD, Arthur Bernardes muda de pasta.
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, anunciou nesta segunda-feira (27) a troca de três secretários do primeiro escalão. A principal mudança é na secretaria de Segurança Pública, que passa a ser comandada pelo delegado federal e ex-subsecretário de Comando e Controle do Estado do Rio de Janeiro, Edval de Oliveira Novaes Júnior. Ele substitui Márcia de Alencar, que comandava a pasta desde janeiro de 2016.
O secretário de Justiça Marcelo Lourenço Coelho Filho também deixa o cargo. No lugar dele, assume o atual secretário de Economia e Desenvolvimento Sustentável, Arthur Bernardes (PSD). Essa secretaria será, agora, comandada pelo atual superintendente do Sebrae no DF, Antônio Valdir.
Segundo Rollemberg, Márcia de Alencar será chefe da Secretaria Adjunta de Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos – hoje, uma subdivisão da Secretaria de Trabalho. Nos próximos meses, o governo estuda desmembrar essa pasta, formada pela junção de três secretarias em outubro de 2015.
De acordo com o GDF, as mudanças devem ser oficializadas no Diário Oficial do DF ainda nesta semana, à exceção de Antônio Valdir, que ainda precisa se desvincular do Sebrae antes de assumir o cargo. Em entrevista nesta segunda, Rollemberg negou que as mudanças tenham sido motivadas por crises no governo.
“É bom ressaltar que o trabalho vem sendo desenvolvido pelos ex-secretários tem trazido muitos resultados positivos, e o que queremos agora é melhorar. Buscar dados ainda mais positivos na segurança pública, na economia e na área de Justiça, especialmente ao atendimento da população”, disse.
Impacto político
Apesar das declarações de Rollemberg, a “dança das cadeiras” iniciada nesta segunda deve ter impacto significativo nas relações políticas do Palácio do Buriti. Arthur Bernardes, por exemplo, é o único representante do PSD – partido do vice-governador Renato Santana – no secretariado.
Bernardes foi indicado pelo deputado federal Rogério Rosso, presidente regional do PSD e único parlamentar da legenda eleito no DF em 2014. A esposa dele, Karina Rosso, deve ser mantida como subsecretária de Micro e Pequena Empresa na pasta de Economia.
Na Secretaria de Justiça, a saída de Lourenço representa perda de poder para a distrital Sandra Faraj (SD), que “amadrinhava” o gestor no cargo. A deputada é investigada pela Câmara Legislativa e pelo Ministério Público, suspeita de embolsar verba indenizatória e forjar notas de empenho. Ela nega as acusações.
Durante a coletiva, Rollemberg negou que essas denúncias tenham motivado a troca na Justiça. “A substituição do Marcelo [Lourenço] não tem nada a ver com a questão política, é para dar celeridade ao processo do Na Hora”, afirmou.
Além do Na Hora, a Secretaria de Justiça também é responsável pelo Procon e pela gestão do Fundo de Defesa do Consumidor, do Fundo Antidrogas e do Fundo Penitenciário. O sistema penitenciário do DF, que antes estava sob o “guarda-chuva” da pasta, agora é gerenciado pela Secretaria de Segurança Pública.
A saída de Márcia de Alencar, após 15 meses no cargo, atende a reivindicações antigas das forças de segurança do DF. Comandantes, sindicatos e associações pediam que a pasta fosse comandada por um policial de carreira – a exemplo do novo gestor, Edval Júnior, que é delegado da Polícia Federal.
A transferência da Subsecretaria do Sistema Penitenciário para a pasta foi feita enquanto Márcia estava à frente da Segurança. Em fevereiro de 2016 – quando ela completava um mês no cargo –, uma fuga de dez presos no Complexo Penitenciário da Papuda levou à troca de gestores e à mudança na divisão administrativa.
Já a convocação de Antônio Valdir para o governo atende a uma aposta pessoal de Rollemberg. O atual gestor do Sebrae é irmão do deputado distrital Chico Leite (Rede) e, segundo o governo, deve assumir o cargo com a função de restaurar o Pró-DF. O programa de incentivos a empresas foi reformulado em 2016, mas ainda não “deslanchou”.
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